O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou o Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro (e pessoas do seu círculo) de narcoterrorismo, anunciou a administração norte-americana.
Segundo o Departamento de Justiça, Maduro e os restantes arguidos são acusados de conspirar com rebeldes colombianos para “inundar os Estados Unidos de cocaína”. “Estimamos que entre 200 e 250 toneladas de cocaína seiam da Venezuela por estas rotas. Essas 250 toneladas equivalem a 30 milhões de doses letais”, acrescentou o departamento.
O processo ficará a cargo de procuradores de Miami e de Nova Iorque que apresentarão acusações de casos concretos de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
As acusações serão anunciadas oficialmente pelo procurador-geral dos EUA, William Barr, numa conferência de imprensa. Barr deverá anunciar ainda uma recompensa de 25 milhões de dólares (cerca de 23 milhões de euros) para quem fornecer informações que levem à acusação de Maduro, bem como de pessoas que lhe são próximas, como Diosdado Cabelo, presidente do Partido Socialista venezuelano.
A acusação de um chefe de Estado é pouco comum e aumentará as tensões entre Washington e Caracas, num momento em que a pandemia covid-19 ameaça fazer colapsar o sistema de saúde da Venezuela, bem como o seu sistema económico, muito dependente do petróleo (cujos preços internacionais caíram abruptamente nas últimas semanas).
Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer o auto-proclamado Presidente interino Juan Guaidó, em janeiro de 2019, rejeitando a legitimidade das eleições de 2018 que deram a vitória a Nicolas Maduro, tendo desde então aumentado as sanções económicas sobre a Venezuela, pedindo a realização de eleições livres e democráticas.
Analistas dizem que a decisão do Governo norte-americano pode aumentar a popularidade do Presidente Donald Trump junto da população hispânica, em ano de eleições presidenciais nos EUA.