O Metro Sul do Tejo alertou para "fortes perturbações" no serviço a partir das 17h00 de terça-feira devido à greve dos trabalhadores, entre os dias 15 e 19 de novembro, por melhores condições de trabalho e aumentos salariais.
"Por motivo de greve convocada por uma organização sindical representativa dos trabalhadores de condução, para os dias 15 a 19 de novembro, poderão ocorrer fortes perturbações na circulação, a partir das 17h00 de dia 15 de novembro, e durante todo o dia de 16, 17 e 18 de novembro", pode ler-se na página da internet da empresa Metro Transportes do Sul.
A Metro Transportes do Sul (MTS) explora o Metro Sul do Tejo, sistema de transportes públicos fornecido através do denominado metro ligeiro de superfície nos concelhos de Almada e Seixal, no distrito de Setúbal.
A greve dos operadores de condução, convocada pelo Sindicato dos Maquinistas (SMAQ), decorrerá entre as 00h00 de terça-feira e as 24h00 de sábado e será feita ao trabalho suplementar, incluindo o trabalho em dia de descanso semanal e a todos os serviços com duração superior a oito horas.
Paralelamente, entre as 00h00 de quarta-feira e as 24h00 de sexta-feira, os trabalhadores farão greve total.
No comunicado hoje divulgado, a Metro Transportes do Sul (MTS) avançou ter sido, "uma vez mais, confrontada com um novo pré-aviso de greve convocado pelo Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) que, ao contrário de outras estruturas sindicais representadas na empresa, continua irredutível na negociação salarial para 2023".
De acordo com a MTS, no âmbito de conversações regulares com as forças sindicais, conseguiu chegar a entendimento sobre a tabela remuneratória a aplicar em 2023 "refletindo uma atualização salarial bastante acima da inflação esperada para um conjunto de categorias".
No entanto, diz a empresa, o SMAQ "recusou-se a negociar e, desde então, a MTS não recebeu qualquer contacto com o sindicato".
"O silêncio do SMAQ foi apenas interrompido para avançar com um novo pré-aviso de greve mostrando que não há qualquer vontade de negociar no sentido de melhorar as condições salariais dos seus associados", revela a nota.
A MTS adianta ainda em comunicado estar a aguardar pela definição dos serviços mínimos "de forma a atenuar os constrangimentos esperados na operação essencialmente entre as 17:00 de dia 15, dias 16, 17 e 18 de novembro".
A empresa refere também que tem, desde 2007, data do início da operação, "aprovado inúmeras medidas que se têm traduzido numa melhoria reiterada das condições salariais e de trabalho dos seus colaboradores".
A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) avançou na quinta-feira, em comunicado, que tinha chegado a acordo com a empresa relativamente aos salários para 2023, com "atualização média na tabela em 7,4%, com garantia de aumento mínimo de 80 euros".
"Para a generalidade dos trabalhadores significa um aumento de 9,6% e de 7% nas restantes rubricas, que garante a cada trabalhador mais de 100 euros de aumento no seu rendimento mensal", acrescentou a federação.
Os maquinistas da MTS agendaram a greve para exigir a abertura de negociações, aumentos salariais, progressão na carreira e melhor manutenção dos equipamentos.
Esta greve mantém-se, apesar daquele acordo com a FECTRANS, porque a estrutura sindical que a convocou - Sindicato dos Maquinistas - não teve negociações com a administração da empresa.
"Se houve acordo, desconheço. Não fomos contactados pela empresa, portanto, a greve mantém-se", disse à agência Lusa o presidente da direção do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ), António Domingues, na quinta-feira.
O sindicalista referiu ainda que o SMAQ é o "único sindicato com legitimidade" para negociar as condições de trabalho dos maquinistas da MTS.
À Lusa, o coordenador da FECTRANS, José Manuel Oliveira, distanciou-se da paralisação, afirmando que a federação "não avançou com nenhuma greve".