Este sábado, dia em que o Automóvel Clube de Portugal (ACP) encerra as comemorações dos seus 120 anos de existência, o presidente do ACP diz à Renascença que não tem memória de um momento tão difícil para os automobilistas.
Carlos Barbosa acusa os sucessivos governos de revelarem "uma enorme sofreguidão fiscal", arrecadando no setor automóvel mais de 30% dos impostos.
Dinheiro - acrescenta o presidente do ACP - que é depois enterrado onde não devia, dando o exemplo da Efacec.
"Não me lembro do momento tão difícil. A sofreguidão dos governos em irem buscar impostos, e mais impostos, ao setor automóvel é enorme. Neste momento, 32% dos impostos em Portugal vêm do setor automóvel. É uma verdadeira loucura", refere.
"Porque não tem alternativas, noutros sítios, para irem buscar dinheiro, enterram dinheiro onde não deviam enterrar, como é o caso da Efacec. É, portanto, um momento difícil para os portugueses, mas eu espero que consigam resistir esta sofreguidão fiscal que os governos têm", acrescenta.
Mas este sábado é um dia de festa para o ACP e vai regressar à estrada o primeiro automóvel que circulou em Portugal, corria o ano de 1895. Voltará a rolar, e com um ilustre passageiro: O Presidente da República será transportado no velhinho "Panhard & Levassor".
Espera-se que, desta vez, não aconteçam imprevistos. É que o primeiro automóvel a ser avistado no nosso país sofreu um curioso acidente mal saiu à rua, para a primeira viagem.
Não. Claro que não chocou contra qualquer outro carro, porque era o único, na altura, em Portugal. O velhinho" Panhard & Levassor" - na altura novinho em folha - foi notícia, isso sim, por ter atropelado um burro.
"Foi o primeiro carro a circular em Portugal. Foi oferecido ao Automóvel Clube pela família Garrido. Este carro teve um desastre mal saiu a primeira vez, porque atropelou um burro. Foi o primeiro acidente rodoviário em Portugal. Depois veio cá um mecânico francês que recuperou o carro todo. O carro está a andar e espero dar uma volta, com o Senhor Presidente da República nesse carro, ali nos jardins de Belém", recorda Carlos Barbosa, à Renascença.
Depois, a festa segue para o Museu dos Coches, em Lisboa, marcada para as 16h00.