D. José Cordeiro lançou a ideia da presença de jovens na JMJ no final da sua deslocação a Cabo Delgado em dezembro passado. Mais de sete meses depois, a arquidiocese de Braga, responsável pela paróquia de Santa Cecília de Ocua, na Diocese de Pemba, acolhe dois deles.
Em declarações à Renascença, o arcebispo de Braga recorda o desafio e fala "da grande alegria" em poder estar com Esménia e David.
"No final da visita lançamos o desafio de poder ter dois jovens daquela comunidade e mais tarde recebemos a alegria de que a Isménia e o David foram escolhidos para isso."
Nesse sentido, a arquidiocese organizou-se para tentar "fazer tudo o que estava ao nosso alcance para que tal se tornasse realidade".
"Felizmente eles vêm a caminho e amanhã irei recebê-los na Casa Episcopal. É para nós um motivo de grande alegria e de grande esperança", revela D. José Cordeiro.
Para o arcebispo de Braga, "é impressionante a boa relação e a cooperação reciproca entre a comunidade muçulmana e a comunidade católica" que se vive em Pemba, Moçambique.
D. José Cordeiro sublinha o facto de Isménia ser filha do chefe da comunidade muçulmana de Ocua. "Os muçulmanos estão em maioria, mas há uma excelente relação e, de facto, (a Isménia) é a filha do chefe da aldeia que é muçulmano. E o pai quis que os filhos se tornassem católicos e ela agora é universitária e com uma total liberdade e responsabilidade."
Os dois jovens chegam esta segunda-feira a Portugal e amanhã serão recebidos pelo arcebispo de Braga no Paço Episcopal.
O prelado está a acompanhar a viagem de Isménia e de David e adianta que os dois "já mandaram uma fotografia de Maputo", em que "manifestam uma profunda alegria".
"Também estamos muito desejosos de os acolher e de juntos também contribuirmos para a renovação espiritual daquela Comunidade. E amanhã será um momento grande desse reencontro", remata.