O ministro dos Negócios Estrageiros, João Gomes Cravinho, disse esta quarta-feira, em Bruxelas, que a expulsão de 10 funcionários da missão diplomática da embaixada russa em Lisboa foi "a decisão adequada", dado desenvolverem atividades "contrárias à segurança nacional".
São funcionários com acreditação diplomática junto da missão russa em Lisboa, são funcionários que estavam a trabalhar de uma forma que punha em causa interesses de segurança nacional e, portanto, naturalmente que tomámos a decisão adequada, que é dizer que tinham de sair do país", declarou Cravinho, à chegada a uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO.
Questionado sobre se os funcionários em causa eram espiões, o chefe da diplomacia limitou-se a dizer que "estavam a desenvolver atividades contrárias à segurança nacional e que também eram contraditórias com o seu estatuto diplomático", mas adiantou que já estavam anteriormente identificados.
"Estavam identificadas e decidimos que este era o momento certo para dizer que deveriam sair do país", afirmou.
Na terça-feira, Portugal declarou como 'persona non grata' 10 funcionários da missão diplomática da embaixada russa em Lisboa, dando-lhes duas semanas para abandonar o país.
Em comunicado, o ministério liderado por João Gomes Cravinho explicou que as "atividades" daqueles funcionários são "contrárias à segurança nacional" e referiu que o Governo notificou o embaixador russo na terça-feira à tarde.
Sublinhando que nenhum dos funcionários expulsos do país é diplomata de carreira, o Governo referiu "a condenação, firme e veemente, da agressão russa em território ucraniano".
A decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros português segue a linha de vários outros países europeus, que anunciaram a expulsão de diplomatas russos nos últimos dias.
De acordo com uma contagem feita pela agência de notícias francesa AFP, o número de diplomatas russos expulsos de vários países da União Europeia desde a invasão da Ucrânia ascende a pelo menos 260.