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O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, considera urgente alterar o modo de funcionamento das sociedades desportivas (SAD), sobretudo na seleção, na depuração da qualidade dos investidores, e detalha algumas dos requisitos que constam do novo Regime Jurídico das Sociedades Desportivas, já apresentado pelo Governo.

Há deveres de "transparência e rigor" que é necessário respeitar, sublinha João Paulo Correia, para que este setor económico seja viável.

"30% das SAD caíram na insolvência ou foram extintas. É um setor importante da nossa atividade económica. Contribuem para exportações, criação de postos de trabalho, para o PIB. Mas tem uma taxa de falência muito elevada. É um setor que precisa de uma intervenção do Estado para que o mau investimento deixe de procurar este setor e com isso atinja o desporto", começa por referir, na sua intervenção na 2.ª Conferência Bola Branca, da Renascença, esta segunda-feira.

Serão "impostas incompatibilidades" e "deveres de transparência". "Quem representa direta ou indiretamente casas de apostas, agências de intermediação de jogadores e treinadores ficará afastado da posição de investidor qualificado, administrador ou gerente de sociedades desportivas", anuncia João Paulo Correia, sobre as incompatibilidades.

Por outro lado, as SAD terão de perder opacidade: "É importante saber quem é o beneficiário efetivo das participações sociais das SAD. Para lá deste, há outros deveres de transparência. Cada SAD terá de ter um site de comunicação pública, onde pode transmitir decisões relacionadas com os principais atos de gestão".

O secretário de Estado espera que esta reforma "reequilibre o poder entre o clube fundador e a sociedade desportiva". Daí que preveja a introdução de "requisitos de idoneidade para quem quiser ser investidor qualificado de uma sociedade desportiva"

"Quando cai uma sociedade desportiva, cai o clube desportivo, que arrasta todas as modalidades", anota João Paulo Correia, manifestando desejo de que esta realidade seja mitigada com a imposição da nova regulamentação.