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O PSD acusou esta quinta-feira o PS de fazer "uma banalização da morte lamentável" durante o debate de atualidade sobre os três anos dos incêndios de Pedrógão, com os socialistas a responderem com críticas de "chafurdice" aos sociais-democratas.
No debate parlamentar de atualidade, requerido pelo PSD, sobre o tema "Pedrógão Grande, três anos depois" dos grandes incêndios de 2017, o deputado socialista Santinho Pacheco recordou a tragédia de Pedrógão com "com muita dor" pelas dezenas de vítimas mortais.
Mais à frente, o deputado defendeu que não pode ser responsabilizado um único Governo por este incêndio e saudou o comportamento do Estado após a tragédia, nomeadamente na rapidez das indemnizações aos familiares das vítimas.
"Incêndios sempre existiram, alguns com vítimas mortais, normalmente os vários governos não se sentiam na obrigação de acudir às consequências desses fenómenos naturais no país rural, pela primeira vez houve sensibilidade política, social, para responder em bloco", afirmou, considerando que o PSD pediu este debate de atualidade "a reboque do Chega".
Pelo PSD, a deputada Cláudia André criticou depois esta afirmação: "O PS fez uma banalização da morte lamentável, o que se passou em 17 de junho não é comum", criticou, suscitando o pedido de defesa da honra da bancada por parte do PS.
"Nós percebemos bem o debate político, não percebemos como se utilizam temas graves para se fazer um ataque fugaz à honra das pessoas (...) Quem utiliza a morte de outros para fazer combate político, obviamente que só pode transpor para com quem debate a banalização dessa mesma morte", acusou o vice-presidente da bancada socialista Luís Testa, dizendo não admitir ao PSD que transforme "um debate sério numa chafurdice".
Na resposta, o primeiro `vice´ do grupo parlamentar do PSD, Adão Silva, veio em defesa de Cláudia André considerando que fez uma interpretação "justa e correta" da intervenção de Santinho Pacheco.
"Disse que morreram pessoas, como morrem em outros incêndios. É absolutamente inaceitável. Pode haver incêndios no futuro em Portugal, não pode haver mortes provocadas por incêndios", sublinhou.
Em 17 de junho de 2017, deflagrou em Pedrógão Grande um incêndio florestal, que depois alastrou aos municípios vizinhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Ansião, Sertã, Pampilhosa da Serra e Penela, que fez 66 mortos e 254 feridos.