PJ faz buscas à família do presidente da ANTRAL
03-11-2021 - 09:19
 • Renascença

Em causa estão suspeitas de branqueamento de capitais no caso de João Rendeiro.

Dezenas de inspetores da Polícia Judiciária estão a levar a cabo buscas à família de Florêncio de Almeida, presidente da ANTRAL - Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros.

“Encontra-se em curso na zona de Lisboa e Cascais o cumprimento de nove mandados de busca domiciliária e de oito mandados de busca não domiciliária”, pode ler-se no comunicado do Ministério Público.

A “Operação D´arte Asas”, que decorreu em Lisboa, Oeiras, Estoril e Alcáçovas, contou com a participação de cerca de 50 inspetores e peritos da PJ.

Estão em causa suspeitas da prática dos crimes de branqueamento, falsificação e descaminho, relacionados com o acervo de obras de arte apreendidas a João Rendeiro, no âmbito da investigação BPP.

O ex-motorista de João rendeiro comprou apartamento no mesmo condomínio de luxo do patrão – na Quinta Patino, em Cascais, por 1, 15 milhões - que cedeu depois à mulher do antigo banqueiro.

O antigo do Banco Privado Português (BPP), que em 28 de setembro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta, fugido à justiça.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.

O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como um outro processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.

Também a mulher de Rendeiro, Maria de Jesus, é suspeita no mesmo processo - não só pela alegada conivência nestes esquemas de branqueamento com negócios imobiliários mas também por, enquanto fiel depositária, ter permitido que o marido vendesse obras de arte que estavam apreendidas pela justiça, trocando as mesmas por outras que terão sido falsificadas, enganando a mesma justiça.


[em atualização]