O Presidente norte-americano Joe Biden apelou este sábado ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu à "proteção dos civis" na Faixa de Gaza, onde Israel prossegue os bombardeamentos e a ofensiva terrestre, indicou um comunicado da Casa Branca.
"O Presidente sublinhou a necessidade crucial de proteger a população civil, incluindo os que contribuem nas operações de ajuda humanitária, e a importância de permitir aos civis de abandonarem em segurança as zonas onde prosseguem os combates", segundo o comunicado.
Este contacto ocorreu um dia após a adoção pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que "exige a todas as partes que autorizem e facilitem o envio imediato, seguro e sem entraves, de uma ajuda humanitária em larga escala" para a Faixa de Gaza, mas sem apelar a um cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Previamente, Biden tinha referido aos jornalistas na Casa Branca que tinha mantido uma "longa discussão" com Netanyahu, que qualificou de "conversa privada".
Em resposta a uma questão adicional, Biden declarou: "Não pedi o cessar-fogo".
Segundo o comunicado da Casa Branca, Biden e Netanyahu abordaram os "objetivos e as fases" da campanha militar israelita e ainda "questões de segurança".
O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado após um ataque sangrento e sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro.
No total, 1.140 pessoas, na maioria civis, foram mortas nesse dia, segundo uma contagem da agência noticiosa AFP a partir dos últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem em Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas de 20.258 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas mais de 52 mil, na maioria civis, destruídas a maioria das infraestruturas e perto de 1,9 milhões forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade da população do enclave.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade. Desde 07 de outubro, mais de 280 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, ocupados pelo Estado judaico.