Forças militares do Azerbaijão invadiram na quarta-feira uma parte do território da República da Arménia, segundo o Governo arménio.
Segundo as autoridades arménias os soldados azeris não utilizaram a força, mas tentaram circundar e controlar o Sev, um pequeno lago que fica na fronteira entre os dois países. Segundo os mapas oficiais a Arménia detém 70% do lago e o Azerbaijão 30%.
A Arménia e o Azerbaijão estiveram recentemente envolvidos num conflito sangrento por causa de Nagorno-Karabakh, um enclave de maioria arménia em território do Azerbaijão. Depois de uma guerra nos anos 90 a Arménia assegurou o controlo de Karabakh, que declarou independência, embora não tenha sido reconhecido como país por mais nenhum estado. Durante as três décadas seguintes Karabakh só sobreviveu com o apoio da Arménia e num estado de conflito, ora latente, ora aberto, com o Azerbaijão.
Em setembro de 2020, com o apoio militar da Turquia, o Azerbaijão conseguiu conquistar a grande maioria do território de Karabakh, impondo uma dura derrota aos arménios.
O mais recente incidente não teve lugar em Karabakh, contudo, mas na República da Arménia. Os azeris, segundo a imprensa, dizem que o território é deles, mas a Arménia assegura que os mapas acordados pelas duas partes ainda quando faziam parte da União Soviética, e ratificadas com a independência de ambos os estados, mostram claramente as fronteiras.
Há informação contraditória sobre a situação atual, com a Reuters a dizer que, sem que tivesse havido qualquer confronto direto, os arménios conseguiram manobrar de forma a obrigar os soldados azeris a recuar de volta para o seu território. Outras fontes, porém, asseguram que o lado está sob o controlo dos azeris.
O Presidente de França, uma tradicional aliada da Arménia, já veio denunciar publicamente o incidente, exigindo que o Azerbaijão deixe de hostilizar a Arménia. Emmanuel Macron publicou uma mensagem no Twitter em que diz que “forças armadas do Azerbaijão penetraram no território da Arménia. Devem retirar-se imediatamente. Volto a dizer ao povo arménio: França está do vosso lado, em solidariedade, e assim se manterá”.
[Atualizado às 23h53]