A Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica vai passar a ter ao seu dispor uma casa de abrigo, com capacidade para dez pessoas, que oferecerá uma resposta específica para vítimas com doença mental.
O anúncio foi feito pela ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, que presidiu esta segunda-feira à cerimónia de apresentação da Casa de Abrigo – Acolhimento Diferenciado para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica com Doença Mental, no auditório do Centro Hospitalar Tondela-Viseu.
"Precisamos, infelizmente, de retirar as vítimas da sua zona de conforto [...] e protegê-las numa casa de abrigo - neste caso, uma casa especializada para pessoas que sofrem de doença mental - quer esta resulte já da situação de vítimas, quer ela acumule a essa situação", explicou a ministra aos jornalistas.
O projecto-piloto, pioneiro em Portugal, permitirá assim às mulheres em causa "ser apoiadas na construção do seu projeto de vida com vista à autonomização".
De acordo com a informação disponibilizada, o Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica do Distrito de Viseu atendeu 1.552 pessoas mos últimos dez anos, “da existência de um público-alvo com elevada prevalência de patologia psiquiátrica”.
A casa dará, no entanto, uma resposta a nível nacional, não estando ainda prevista a abertura de outras do género.
Governo prepara nova campanha contra violência no namoro
Ainda durante a sessão de apresentação do projecto, a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa aproveitou ainda para anunciar que o Governo iniciará, no dia 14 de Fevereiro - popularmente conhecido como "Dia dos Namorados" - uma campanha de sensibilização contra a violência no namoro.
"Dia 14 vamos lançar uma nova campanha contra a violência no namoro", anunciou a ministra, defendendo que só a aposta na formação, em especial na educação dos jovens para a cidadania, se conseguirá combater os crimes de violência doméstica.
“É uma luta em muitas frentes, mas que todos temos que travar. Um crime de violência não deixa ninguém dormir descansado”, afirmou a ministra no final da apresentação da casa abrigo.
A ministra explicou que a violência doméstica tem sido uma área de trabalho na qual o Governo está a investir, financiando vários projetos. Esta casa abrigo de Viseu, com capacidade para acolher dez mulheres, contará com 112 mil euros por ano de financiamento direto.
“É uma área em que só conseguiremos resultados cooperando: entre várias áreas do Governo, entre Governo e autarquias locais, incluindo as freguesias, e entre o Governo e a sociedade civil”, frisou.
Um estudo divulgado em 2018 levado a cabo pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) concluiu que mais de metade dos jovens num relacionamento amoroso« já tinham sido alvo de pelo menos um ato de violência no namoro.