Portugal assistiu este domingo à passagem de um cometa que pôde ser visto a olho nu, ao final do dia.
Trata-se do cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS, detetado em janeiro de 2023 por telescópios do Observatório Tsuchinshan, na China, e confirmado pelo telescópio ATLAS da África do Sul.
O corpo celeste foi observado em zonas de baixa luminosidade e sem auxílio de um telescópio, como mostram diversas publicações partilhadas nas redes sociais.
Em declarações à Lusa, o astrofísico Nuno Peixinho disse que o cometa poderá ainda ser observado na próxima semana, mas possivelmente apenas com o auxílio de um telescópio, já que vai perdendo luminosidade diariamente, à medida que se afasta cada vez mais da Terra e do Sol.
Depois da sua passagem próximo da Terra, o cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS continuará a sua viagem pelos confins do Sistema Solar, possivelmente influenciado pela gravidade de outros planetas ou estrelas. Os modelos orbitais sugerem que o cometa não voltará a aproximar-se da Terra durante centenas de milhares de anos, isto se algum dia regressar.
O cometa Tsuchinshan-ATLAS provém da Nuvem de Oort, um vasto e distante reservatório de corpos celestes gelados que rodeia o Sistema Solar.
Antes de ser visível em outubro no hemisfério Norte, o cometa pôde ser observado em finais de setembro no hemisfério Sul, na direção leste do horizonte, ao amanhecer.
Por definição, os cometas são corpos celestes formados por gelo, poeira e pequenas partículas rochosas. Ao aproximarem-se do Sol, o seu brilho aumenta, uma vez que os materiais gelados que o compõem sublimam-se, gerando uma atmosfera difusa em volta do seu núcleo, chamada coma, e uma cauda, apontada na direção oposta ao Sol.