A Federação Portuguesa pela Vida (FPV) reage sem surpresa à decisão do Partido Socialista (PS) de não acompanhar o pedido do Partido Social Democrata (PSD) para um referendo à eutanásia.
Esta segunda-feira, pela voz do seu líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, o PS rejeitou a proposta de referendo à eutanásia proposta pelos sociais-democratas.
O deputado socialista afirmou que a proposta do PSD não passa de um "pequeno fogacho político na senda do seguidismo da agenda da extrema direita que não credibiliza a política e o maior partido da oposição".
Em declarações à Renascença, José Maria Seabra Duque, da FPV, diz que a posição do PS sobre este tema não o “espanta”, já que a sua postura “desde o princípio deste processo tem sido de ignorar ou de não ouvir ninguém a não ser a sua própria opinião”.
Para este responsável, o “PS ignorou de forma bastante clara todos os pareceres que foram dados por todas as entidades oficiais ouvidas pelo Parlamento”, sendo esta, apenas “mais uma nega” dos socialistas.
José Maria Seabra Duque sublinha ainda que, com esta decisão, os socialistas assumem o que sempre quiseram fazer: aprovar a lei no Parlamento.
“O que o PS faz constantemente é, confiando no poder que tem no Parlamento, acha que é desta vez que vai conseguir aprovar uma lei ao arrepio de toda a sociedade”, declara Seabra Duque.
Esta segunda-feira, o PSD deu a conhecer o seu projeto de resolução de referendo sobre a despenalização da eutanásia, defendendo a consulta popular por considerar que está em causa “uma questão de relevante interesse nacional” que implica “um caminho de não retorno”.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, anunciou que o partido iria entregar este pedido de referendo, que quer ver votado “de imediato”, na mesma semana em que também deverá ir a votos o texto de substituição com base em iniciativas legislativas de PS, IL, BE e PAN sobre a mesma matéria.