Especialistas defendem mudanças na avaliação de tratamentos do cancro
27-09-2016 - 00:00

“Hoje em dia a mais-valia destes tratamentos traduz-se numa melhoria significativa da qualidade de vida”, diz Gabreial Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia.

Os 30 maiores especialistas nacionais em Oncologia defendem uma alteração do método que serve para avaliar a eficácia dos tratamentos em cancro.

Estes especialistas participam no Consenso Estratégico sobre o Valor da Imuno-Oncologia em Portugal, que vai ser apresentado esta terça-feira.

No estudo, da responsabilidade do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica, conclui-se que a imuno-oncologia, como tratamento alternativo em alguns cancros, tem conseguido não só prolongar a vida dos doentes, como também melhorar a qualidade de vida.

Parâmetros que é preciso valorizar, diz Gabriela Sousa, Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia: “A imunoterapia aumenta a sobrevivência nalguns casos, nalguns tumores, mas avaliar apenas a eficácia do tratamento pela sobrevivência parece-nos redutor”, diz.

“Hoje em dia a mais-valia destes tratamentos traduz-se numa melhoria significativa da qualidade de vida. E portanto houve um consenso generalizado que era muito importante trazer outras métricas para que a avaliação destes novos tratamentos pudesse ser mais precisa, que conseguíssemos avaliar o valor real que tratamentos deste tipo podem trazer aos doentes."

A imuno-oncologia é uma nova linha de tratamento para o cancro qua actua através da mobilização do sistema imunitário do doente, para que seja ele próprio a lutar contra o tumor.

De acordo com este painel de peritos, para que o acesso dos doentes seja melhorado, são necessárias modificações do sistema de saúde, com uma maior aposta na formação dos clínicos.

É, também, necessária uma negociação com a indústria farmacêutica para fazer baixar o preço dos medicamentos.