A venda do Novo Banco falhou, anunciou o Banco de Portugal em comunicado divulgado esta terça-feira. O regulador vai lançar novo concurso nos próximos meses e admite vender a mais do que um comprador.
As negociações com os chineses das Fosun foram concluídas sem sucesso. Ainda foram feitos contactos com os norte-americanos da Apollo, mas sem qualquer concretização.
O Banco de Portugal decidiu fechar o processo e começar tudo de novo, depois das eleições, já com novo Governo. Ao que a Renascença apurou, o concurso foi cancelado na segunda-feira.
O Banco de Portugal justifica a decisão com o preço que estava a ser oferecido, abaixo do valor justo do banco e as condições externas que estavam a prejudicar o negócio: a queda do mercado chinês, a crise na Grécia e a especulação sobre os testes de stress, uma vez que os resultados só são conhecidos em Novembro.
O supervisor acredita que, ao adiar o concurso, vai conseguir uma proposta melhor pelo Novo Banco. Ainda segundo fonte próxima do processo, o novo procedimento de venda deverá ser lançado entre o final deste ano e o início do próximo.
Desta vez quase todos os cenários são possíveis. Ao contrário do primeiro concurso, que obrigava os candidatos a comprarem o banco por inteiro, agora o Banco de Portugal admite vender apenas a maioria do capital e ficar com uma percentagem para alienar mais tarde.
Além da venda parcial, a dispersão em bolsa é outra possibilidade que será equacionada.
A mesma fonte garante à Renascença que os três candidatos que chegaram à fase final mostraram interesse em regressar em devido tempo. Acrescenta ainda que têm recebido outras manifestações de interesse.
Em comunicado, o Banco de Portugal diz que, caso seja necessário, existem argumentos que justificam que se peça à Comissão Europeia mais tempo para vender o Novo Banco. O prazo actual é de dois anos.
Fonte próxima do supervisor tinha, anteriormente, garantido à Renascença que todas as fases do processo seriam cumpridas, ou seja, o concurso não seria dado como encerrado sem que fosse negociada a venda com todos os candidatos.
No entanto, sabe-se agora que foram efectuadas negociações exclusivas apenas com as duas propostas melhor classificadas, ou seja, os candidatos chineses da Anbang e Fosun. Com os norte-americanos da Apollo foram realizados apenas contactos exploratórios.
[notícia actualizada às 19h41]