O presidente-executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, defendeu o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que foi sugerido por António Costa ao Presidente da República para o cargo de primeiro-ministro.
“Não me parece que uma pessoa, competente e séria, por se disponibilizar a prestar um favor ao país, isso representa uma incompatibilidade, tanto mais sabendo que o Dr. Mário Centeno foi ministro do Governo”, declarou esta sexta-feira Paulo Macedo, na apresentação dos resultados da CGD.
A sugestão de António Costa, que acabou por ser rejeitada por Marcelo Rebelo de Sousa, está a ser criticada pela oposição. O PSD, por exemplo, questiona a independência de Mário Centeno.
O presidente-executivo do banco estatal considera que afastar o governador do cargo não ajudava a situação do país.
“Agora, afastar o governador do Banco de Portugal não ajudava à estabilidade do País. Aumentar a instabilidade com instabilidade, isso é tudo menos aquilo que precisamos”, afirmou.
Ainda sobre a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas para 10 de março de 2024, Paulo Macedo espera que não se adiem decisões para o país, apesar de o Governo estar em “modo gestão” nos próximos meses.
“Apesar de termos um Governo com algumas limitações na sua ação, convém que coisas tão importantes como a execução do PRR possam continuar a ser desenvolvidas e não se sirva agora de desculpa para assuntos perfeitamente recorrentes, planejados e muitas vezes consensuais, que vamos ficar quatro ou cinco meses à espera e adiar todas as decisões”, salientou.
Paulo Macedo falava numa conferência de imprensa para apresentação dos lucros de quase mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.