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O presidente do Tondela receia que seja cedo para retomar o futebol em Portugal e defende que a decisão devia passar pelo fim antecipado da temporada. Em entrevista à Renascença, Gilberto Coimbra alerta para os perigos da propagação do vírus, pelo facto de o futebol ser um desporto de contacto, e considera que esta época devia ser anulada.
Na minha opinião, à semelhança de muitos campeonatos e países, este devia ser um 'ano zero'. Teria [depois] de haver uma forma de identificar quem ia às competições europeias. Estou mais inclinado para a decisão de parar, para não se jogar. Respeito, mas é nestas alturas que mais respeito tenho por quem tem de decidir, quem tem de dizer 'sim' ou 'não' ", diz o presidente do Tondela, 14.º classificado da I Liga, no momento da suspensão da competição.
Gilberto Coimbra acrescenta não ter dúvidas de que será uma retoma "muito forçada". "Tem de haver muitas restrições (...) O problema [pandemia] pode ter recaídas, reincidências, e o futebol é um desporto de contacto e proximidade. Estou muito receoso, não só pelos jogadores, mas também por aquilo que pode acontecer relacionado com a proximidade do futebol. Independentemente de não ter dúvidas de que [a retoma] será sempre à porta fechada, sem público, não deixam de se juntar [pessoas], que não se sabe de onde vêm ou com quem estiveram", assinala.
O Governo anuncia, esta quinta-feira, a luz verde para o regresso do futebol. Federação Portuguesa de Futebol, Liga Portugal e clubes estão decididos a reatar as competições, com as restrições esperadas, em plena pandemia da Covid-19. O que acontecerá no início de junho, com partidas à porta fechada.
Como contornar a quarentena obrigatória nas ilhas?
Tondela é um dos estádios contidos numa proposta conjunta das associações de futebol de Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém e Viseu para a concentração na zona centro do país das dez jornadas que restam disputar em 2019/20.
Nestas declarações a Bola Branca, Gilberto Coimbra lembra que sem confinamento, numa só região - por exemplo -, outro problema emerge: o dos arquipélagos. Em particular o da Madeira, onde o Governo Regional, pela voz do secretário da saúde, já disse que não equaciona medidas visando o recomeço da competição.
"Se é difícil confinar, mais difícil é deslocar. Depois também está muito em causa a situação das ilhas. Tanto quanto sei, a Madeira exige que se fique de quarentena e o Marítimo é da I Liga. Diga-me então como é que isto se resolve?", pergunta o líder tondelense, cuja equipa vai reiniciar os trabalhos de campo na próxima segunda-feira.
"O plantel encontra-se em período de férias exatamente até ao dia 4 de maio [segunda-feira], com um plano de trabalho não tão acelerado. E quer o Tondela, quer qualquer outra equipa, vai ter de fazer três, quatro, cinco semanas de pré-época. Não sei qual vai ser a decisão, mas vai ter de haver uma pré-época quase como se fosse o início de um campeonato", defende, a terminar, após o Tondela ter respeitado o acordo com a Liga para que os treinos no relvado acontecessem somente após o fim do estado de emergência.