Um avião alegadamente pertencente às Forças Armadas dos EUA caiu esta segunda-feira no Afeganistão, numa zona controlada pelos talibãs.
O incidente foi quase de imediato reivindicado como um ataque pelo grupo insurgente. Contudo, fontes do Governo norte-americano dizem à Reuters que, até ver, não há indicações de que o avião tenha sido abatido por forças inimigas - uma informação entretanto confirmada oficialmente pelo Pentágono.
Uma das fontes avançou ainda à mesma agência, sob anonimato, que a bordo do avião seguiriam menos de 10 pessoas, algo que ainda não foi confirmado oficialmente.
Fotografias e vídeos do alegado acidente partilhados nas redes sociais parecem mostrar o que serão os resquícios de um Bombardier E-11A, muito usado pelos EUA em operações de vigilância aérea no Afeganistão.
Também à Reuters, oficiais afegãos garantiram que as autoridades foram rápidas a atuar, enviando pessoal para o local do desastre a fim de identificar onde é que o avião se despenhou, numa zona montanhosa controlada pelos talibãs. A informação parece ser sustentada por imagens recolhidas pela agência perto do local, que mostram soldados afegãos a dirigirem-se para aquela zona da província de Ghazni.
"O avião, que estava numa missão secreta, foi abatido na área de Sado Khel, no distrito de Deh Yak, na província de Ghazni", veio garantir o porta-voz dos talibas, Zabihullah Mujahid. Sem referir como é que o grupo alegadamente abateu o avião, Mujahid garantiu, no mesmo comunicado, que a bordo do aparelho seguiam apenas altas patentes do Exército norte-americano - uma informação já desmentida por fonte do Ministério da Defesa afegão.
À exceção dos grandes centros urbanos, a província de Ghazni é largamente controlada pelos talibãs.
Inicialmente, as autoridades locais referiram que o avião em causa integraria a frota da companhia de aviação comercial Ariana Afghan Airlines, que desmentiu imediatamente qualquer acidente com um dos seus aparelhos.
"[O avião acidentado] não pertence à Ariana. Os dois voos geridos pela Ariana hoje, de Herat para Cabul e de Herat para Nova Delhi, estão seguros", garantiu à Reuters o CEO interino da empresa, Mirwais Mirzakwal.
Até agora, o governador de Ghazni, Wahidullah Kaleemzai, mantém que continua a não haver "informações exatas sobre as vítimas e o nome da companhia aérea", como referiu ao final da manhã à televisão local Tolo News. Os EUA já se disponibilizaram para ajudar na investigação ao sucedido.
No Afeganistão, há dezenas de entidades privadas que operam aviões e helicópteros um pouco por todo o território, entre outros motivos para distribuir ajuda humanitária e para transportar pessoal não-militar contratado pelas forças armadas para teatros de guerra.
[Atualizado às 17h]