Os sindicatos que compõem a Frente Sindical anunciaram esta quarta-feira uma greve na Altice para 28 de junho, exigindo um aumento salarial mínimo de 110 euros, com efeitos a 1 de janeiro de 2023, segundo um comunicado.
A decisão de avançar para a greve surge depois de uma resposta da administração da Altice às reivindicações dos sindicatos que, segundo a Frente Sindical, “revela mais uma vez a sua total aversão à procura de soluções através do diálogo social”.
“A resposta ignora por completo a nossa proposta”, afirma a Frente Sindical, composta pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV), Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), STT — Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), Federação dos Engenheiros e o Sindicato de Quadros Das Comunicações (Sinquadros).
A Frente Sindical decidiu ainda avançar com um pedido de processo de conciliação à Direção-Geral do Emprego e das Relações Laborais (DGERT) para continuar a negociação, com vista à solução do conflito.
Os sindicatos exigem um aumento salarial mínimo 110 euros para todos os trabalhadores, com efeitos a 1 janeiro de 2023, ao qual será deduzido o valor do aumento já aplicado aos salários na sequência da revisão do acordo coletivo da Altice.
Em fevereiro, a Altice Portugal assinou um acordo com vários sindicatos para a revisão do acordo coletivo, que definia aumentos entre 2% e 9,2%, de acordo com o vencimento, com efeitos em 1 de janeiro deste ano.
Além dos aumentos salariais, a Frente Sindical reivindica um aumento do subsídio de refeição e do subsídio especial de refeição (almoço, jantar e ceia) para 10 euros, bem como a progressão para o nível seguinte de todos os trabalhadores que estejam parados no atual nível de proficiência há 10 ou mais anos.
“Como tem sido propagandeado pela administração, a situação económica da empresa está de boa saúde e as receitas têm aumentado sempre, mas a resposta aí está, porque para a gestão da Altice Portugal, os trabalhadores só contam para produzir, o caminho do dinheiro é sempre para o bolso dos acionistas”, critica a estrutura sindical.