A previsão de vento forte e subida de temperatura a partir desta terça-feira levou o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) a reforçar as ações de vigilância terrestre e o patrulhamento dos terrenos em Portugal continental.
São 24 patrulhas das Forças Armadas – 16 do Exército e oito da Marinha – para fazer trabalhos de prevenção de incêndios, refere à Renascença o porta-voz do Estado Maior-General das Forças Armadas.
É “um total de 96 militares, que vão reforçar, a partir do dia de hoje e até ao próximo dia 1 de agosto, as ações de vigilância terrestre e patrulhamento dissuasor em 10 distritos de Portugal continental”, indica Pedro Serafim.
“Este reforço surge no seguimento do pedido da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil ao Estado Maior-General das Forças Armadas, com o objetivo de incrementar as ações de prevenção um pouco todo o país” e vão ter “especial incidência nos distritos de Beja, Castelo Branco, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal”, acrescenta.
“Cada patrulha é constituída por quatro militares”, diz ainda Pedro Serafim à Renascença.
As Forças Armadas já tinham no terreno 132
militares a trabalhar na prevenção de incêndios, a que se juntam agora estes 96.
Num comunicado enviado esta terça-feira, o EMGFA indica que, “em caso de necessidade, os militares das Forças Armadas poderão ser empenhados [também] em ações de pós rescaldo ou de apoio geral às operações de proteção e socorro que possam vir a ser desencadeadas”.
Na segunda-feira, a Proteção Civil alertou para o aumento do risco de incêndio até quarta-feira, sobretudo por causa da previsão de agravamento das condições meteorológicas, com diminuição da humidade relativa e aumento da intensidade do vento e da temperatura.
Segundo as previsões fornecidas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IMPA), prevê-se uma subida gradual dos valores de temperatura máxima, sendo o dia de quarta-feira previsivelmente o mais quente, podendo ser atingidos valores de 40º C no interior do Alentejo.
Relativamente ao vento, as previsões apontam para que seja do quadrante norte/noroeste, com rotação temporária para nordeste no interior Norte e Centro hoje e quarta-feira, soprando com uma intensidade forte e de forma constante, podendo ocorrer rajadas até 75 km/h no Algarve (em particular na Foia e em Monchique) e até 65 km/h no litoral oeste, incluindo no período noturno.
Esta terça-feira deverá ser o dia “mais crítico” em termos de intensidade do vento (durante o dia e noite), em particular no distrito de Faro (principalmente o barlavento algarvio) e as regiões Centro e Sul, podendo ocorrer rajadas até 75 km/h nos distritos de Lisboa e de Leiria.
Está igualmente prevista uma diminuição dos teores da Humidade Relativa do Ar, que não deverão exceder 20% (e 15%, pontualmente) na região Sul e no interior Centro e inferiores a 30% no nordeste transmontano.
A ANEPC recorda que, para os locais onde o risco de incêndio seja "elevado" ou "muito elevado", não é permitida a queima de matos cortados e amontoados.
Está igualmente proibido o uso de fogareiros e grelhadores em todo o espaço rural, exceto se usados fora das zonas críticas e nos locais devidamente autorizados para o efeito, o lançamento de balões com mecha acesa e de foguetes e o uso de fogo-de-artifício só é permitido com autorização da Câmara Municipal.
Quase 30 concelhos em risco máximo de incêndio
Quase três dezenas de concelhos dos distritos da Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Odemira e Faro apresentam nesta terça-feira um risco máximo de incêndio, segundo o IPMA.
Figueira de Castelo Rodrigo, Celorico da Beira, Pinhel, Fornos de Algodres, Sabugal, Penamacor e Covilhã (Guarda); Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova e Vila de Rei, no de Portalegre os municípios de Marvão, Gavião e Nisa (distrito de Castelo Branco); Mação, Sardoal e Abrantes (Santarém); Odemira (Beja); e Alcoutim, Castro Marim, São Brás de Alportel, Tavira, Loulé, Silves, Monchique e Aljezur (Faro) são os concelhos em risco máximo.
O IPMA colocou também em risco muito elevado de incêndio mais de meia centena de municípios dos distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Vila Real, Coimbra, Leiria, Santarém, Portalegre, Lisboa, Beja e Faro.
Em risco elevado estão outras dezenas de municípios de Norte a Sul do país, com exceção do litoral norte.
O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo, sendo o elevado o terceiro nível mais grave.
Lisboa, Faro e Leiria sob aviso amarelo por causa do vento
Os distritos de Lisboa, Leiria e Faro estão sob aviso amarelo esta terça-feira por causa do vento.
De acordo com os avisos amarelos emitidos pelo IPMA, as rajadas de vento podem atingir os 80 quilómetros por hora (km/h) nas serras algarvias, em especial na Foia.
Os avisos em Lisboa e Leiria vigoram a partir das 12h00 e prolongam-se até às 21h00, com possibilidade de rajadas de vento até aos 75 km/h, em especial no litoral e nas terras altas. Em Faro, o aviso amarelo por causa do vento já está em vigor desde as 3h00 desta madrugada.
Para hoje, o IPMA prevê vento moderado a forte no litoral oeste e nas terras altas do Centro e Sul do país e uma pequena subida da temperatura máxima no interior e uma pequena descida da temperatura mínima, em especial no interior norte e centro.
As temperaturas mínimas no continente vão oscilar entre os 9 (Bragança, Guarda, Vila Real e Viseu) e os 17 graus (Faro) e as máximas entre os 22 (Aveiro e Porto) e os 32 graus (Évora e Faro).
Risco muito elevado de exposição à radiação UV em todo o país
O território de Portugal continental, a região Autónoma da Madeira e a ilha de São Miguel, nos Açores, apresentam hoje um risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV), segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
No arquipélago dos Açores, segundo o IPMA, estão em risco elevado de exposição à radiação UV as ilhas da Terceira, Faial e Flores.
Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, 't-shirt', guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.
O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).
O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.
Para hoje, o IPMA prevê vento moderado a forte no litoral oeste e nas terras altas do centro e sul do país e uma pequena subida da temperatura máxima no interior.