O comentador d’As Três da Manhã considera que é tranquilizador para as pessoas saberem que o Governo, a governar em duodécimos, tem condições para pagar os aumentos da função pública.
E o ministro “tem razão, porque os salários são vezes catorze e, portanto, quando divide catorze por doze dá-lhe para aumentar 0,9 num mês”, explica Henrique Monteiro.
Já em relação às medidas que vão ser hoje aprovadas, em Conselho de Ministros, para travar os contágios, não afetarem a economia, tem dúvidas. “O problema que nós temos perante a pandemia é a nossa enorme ignorância. Nós pensávamos que com a imunidade de grupo, vacina,… isto acabava, e não acabou; está pior outra vez”, argumenta.
Numa outra passagem da entrevista, João Leão afirma que a melhor solução para o futuro do país é o PS ter uma maioria reforçada nas próximas legislativas, admitindo que entendimentos com o PSD são difíceis.
“O PS não tem ninguém com quem namorar, mas vai ter que namorar, se não tiver maioria absoluta”, atira Henrique Monteiro, explicando que “é mais fácil o PS namorar com o PSD do que com os outros”, porque “o orçamento caiu, porque o PS não cedeu a determinadas exigências que o Bloco de Esquerda e o PCP lhe fizeram”.
“Se depois ganhar as eleições sem maioria absoluta e ceder, toda a gente vai perguntar para que foi esta palhaçada toda. Por outro lado, se o BE e o PCP passarem a apoiar um orçamento e uma política que não tem em conta aquilo que eles querem, pergunta-se ao PCP e ao BE parra quê esta palhaçada toda”, explica.
Por isso, Henrique Monteiro conclui que “é muito fácil para Costa, e Costa não tem problemas de consciência nem grandes problemas políticos, em voltar-se um bocadinho mais para a direita”.