Agendadas até 30 de abril quase 5.000 cirurgias oncológicas que estavam à espera
12-06-2024 - 10:57
 • Lusa

Dado avançado pela a ministra da Saúde, no parlamento.

O Serviço Nacional de Saúde agendou até 30 abril quase 5.000 cirurgias oncológicas que estavam em lista de espera, mais de 1.300 das quais já tinham ultrapassado os tempos máximos recomendados, anunciou a ministra da Saúde, esta quarta-feira.

Ana Paula Martins, que falava na comissão parlamentar de Saúde, onde está a ser ouvida esta quarta-feira sobre o Plano de Emergência e Transformação da Saúde, disse que os doentes oncológicos "têm efetivamente prioridade" e revelou que, desde abril, foram realizadas 7.897 cirurgias da lista de espera de oncologia (dentro e fora dos tempos recomendados).

Já quanto aos doentes oncológicos que aguardavam cirurgia já fora do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG), a ministra disse que desde 18 de maio foram realizadas 2.306 cirurgias.

"A prioridade no futuro não é resolver estas listas e passar a ter outras", afirmou Ana Paula Martins, explicando que os incentivos para estas cirurgias servem exatamente para deixar de ter doentes oncológicos em listas de espera para cirurgias.

Segundo disse, até 30 de abril foram agendadas 4.959 cirurgias oncológicas, das quais 1.364 já estavam acima do TMRG.

A governante confirmou o envio de um "email" às unidades de saúde para que agendassem até 14 de junho, "até ao limite da capacidade", todos os doentes da sua lista de espera que estivessem acima dos TMRG para que sejam operados até 31 de agosto.

"A unidade de gestão acesso contactou todas as unidades para reforçar a necessidade de fazer todos os agendamentos. Os doentes não agendados serão considerados transferíveis e o processo transferência inicia-se a 17 junho. Se o hospital não consegue responder, terá de ser um hospital na área de residência preferencialmente", explicou.

Ministra reconhece números errados em listas de espera

A ministra da Saúde reconheceu que nem todos os mais de 9.000 doentes oncológicos que o Governo apresentou como estando a aguardar cirurgia fora dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG) estavam efetivamente para além deste tempo.

Confrontada no parlamento pela deputada socialista Mariana Vieira da Silva sobre os mais de 9.000 doentes que o Governo, aquando da apresentação do Plano de Emergência da Saúde, disse estarem a aguardar cirurgia fora dos TMRG, a ministra afirmou: "Os mais de 9.000 são doentes oncológicos que, a partir do momento em que o são, todas as patologias que requerem proposta cirúrgica são prioritárias".


"Todos os doentes oncológicos devem ter prioridade em relação a outros não oncológicos, de acordo com o que é sempre a classificação médica", disse.

No final de maio, quando foram apresentadas as medidas que integram o Plano de Emergência para a Saúde, a ministra tinha afirmado que mais de 266.000 utentes estavam inscritos para cirurgia, dos quais mais de 74.000 acima dos (TMRG), sendo que, destes, 9.374 eram doentes oncológicos.

Aliás, no documento divulgado, é assumido o número de 9.374 doentes oncológicos a aguardar cirurgia fora do TMRG.

[Atualizada às 12h45]