O bispo da Diocese de Beja alerta, na sua mensagem quaresmal, para o drama dos que vivem sós e pede um olhar compassivo para com os mais velhos.
“É impressionante o isolamento em que tantas pessoas vivem, no território da nossa diocese. De acordo com os dados dos Censos de 2021, quase 25.000 pessoas vivem sozinhas e destas, mais de 55% têm idade superior a 65 anos”, diz D. João Marcos.
“Se amamos os irmãos, preocupamo-nos com eles, sabemos onde eles estão e como vivem”, assinala, advertindo, por outro lado, que “quando se deixa de ter Deus no horizonte, o ser humano acaba sozinho”.
D. João Marcos alude ainda aos “tempos difíceis” que vivemos com “guerras e mais guerras entre as nações, algumas mais conhecidas e comentadas diariamente e outras quase desconhecidas”.
“Entre nós, a corrupção também é notícia: a nossa sociedade está doente, em desagregação”, aponta, observando, que “o casamento não resiste às crises normais da vida e o divórcio, apresentado como solução, transforma a existência de muitas pessoas numa experiência de sucessivas frustrações”.
“As pessoas perguntam-se com razão acerca do futuro deste país e desta sociedade. Haverá ainda lugar para a Esperança?”, escreve.
Na mensagem para a Quaresma, D. João Marcos anuncia também que o fruto da renúncia quaresmal será destinado “50% aos cristãos da faixa de Gaza e 50% a obras na casa episcopal, preparando-a para receber o novo bispo”.
O prelado indica ainda que a renúncia quaresmal do ano passado “rendeu 13.600,27 euros, os quais foram destinados à participação na Jornada Mundial da Juventude e aos católicos na Ucrânia”.