A leitura do acórdão do processo Football Leaks prevista para esta sexta-feira foi adiada e remarcada para 13 de julho.
O tribunal decidiu promover a alteração não substancial de factos, dando um prazo de 10 dias para as defesas se pronunciarem.
As alterações não substanciais promovidas pelo tribunal estão relacionadas com factos relativos à Doyen, datas e horas de acessos a comunicações e identificações de pessoas.
A juíza-presidente, Margarida Alves, confirmou o que já tinha deixado implícito no encerramento das alegações finais, altura em que deu a entender que esta alteração não substancial de alguns factos podia ser pedida depois de terem sido ouvidos de novo os arguidos e algumas testemunhas.
A defesa de Rui Pinto pediu prazo para analisar a alteração agora feita pelo tribunal pelo que o coletivo concedeu 10 dias para os advogados analisarem o documento hoje distribuído e informarem se pretendem, ou não, novas diligências.
À saída do juízo Central Criminal de Lisboa, Francisco Teixeira da Mota dizia que se “trata de uma questão técnica e complexa, são dez páginas, vamos ler calmamente e temos prazo de dez dias para nos pronunciarmos e a seguir se verá o que entendemos fazer”.
A defesa de Rui Pinto foi questionada sobre se acredita que vai haver condenação, respondendo “é previsível que possa haver alguma condenação” quanto a uma pena suspensa diz que não se pronuncia, “nada resulta desta alteração, temos de estuda e ver se vamos requer alguma coisa, ou não”.
O coletivo de juízes decidiu ainda marcar a data de 26 de maio para produção de nova prova caso os advogados a venham a solicitar na sequência da alteração não substancial de factos.
Aníbal Pinto, o outro arguido deste processo não marcou hoje presença na audiência tendo pedido permissão ao coletivo para não se deslocar ao tribunal.
Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
Já o advogado Aníbal Pinto é acusado de um crime de extorsão na forma tentada.
[notícia atualizada às 11h30]