O Partido Socialista chumbou esta manhã, na Comissão de Saúde, o requerimento da Iniciativa Liberal que queria ouvir na Assembleia da República com carácter de urgência, a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, e do antigo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.
O requerimento também chamava ao Parlamento o ex-chefe de gabinete de António Costa, Francisco André, da ex-secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, o ex-presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Daniel Ferro, e da atual presidente Ana Paula Martins, para além do ministro da Saúde Manuel Pizarro.
Perante esta recusa do Partido Socialista, Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, decidiu avançar com um pedido potestativo para forçar o Parlamento a ouvir estas personalidades sobre eventuais pressões políticas para as gémeas luso brasileiras receberem em 2019 o medicamento Zolgensma, - um dos mais caros do mundo – para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.
O presidente da IL disse esta manhã aos jornalistas que é “fundamental repor a dignidade das instituições” e, para além do pedido potestativo, os liberais vão ainda avançar com um conjunto de perguntas ao ministro da Saúde. Rui Rocha quer que, quando Manuel Pizarro vier ao Parlamento, tenha já “as respostas preparadas sobre estes temas essenciais”.
Na resposta, o PS diz que o Parlamento não deve ser “tornado num local de justicialismo que era isso que a Iniciativa Liberal queria”, refere o deputado Luis Soares à Renascença, e avança com a audição de Manuel Pizarro e da atual presidente do conselho de administração do Hospital Santa Maria.
“Não vamos tornar o Parlamento numa ação justiceira cavalgando um momento político pré-eleitoral. Quem representa o governo é o ministro da saúde” refere o deputado socialista Luis Soares.
As audições devem ocorrer ainda este mês de dezembro.