O primeiro-ministro garantiu esta sexta-feira, no parlamento, que o Governo não tenciona aumentar a taxa do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), em resposta a uma pergunta do CDS-PP.
"Não vale a pena agitar nos próximos cinco dias ou duas semanas ou mesmo nas próximas três semanas o papão de que vamos aumentar a taxa do IVA porque é um papão que se vai esvair no fim dessas três semanas", afirmou António Costa.
O governante respondia no debate quinzenal no parlamento à deputada e líder do CDS-PP, Assunção Cristas, que afirmou já se ter percebido que "vem aí um plano B de austeridade" e perguntou quando é que o país se veria confrontado "com uma taxa de IVA normal mais elevada".
Ainda em resposta a Assunção Cristas, António Costa admitiu que as previsões para o crescimento económico são fracas. "O facto de a negociação que Portugal fez com a EU para o OE2016 nos ter forçado a ter um Orçamento menos expansionista e que pode contribuir menos para um maior crescimento da economia. Tudo isso reflecte naturalmente sobre as perspectivas que teremos no programa de estabilidade, e o programa de estabilidade tem de assentar no realismo das previsões."
"Porque convém não confundir o seguinte: podemos discutir se queremos ou não queremos ser voluntaristas nas medidas a adoptar, mas em matéria de previsões convém não ser voluntarista, em matéria de previsões convém ser previdente e conservador. É o que temos procurado fazer, é o que continuaremos a fazer", esclarece Costa.
Ferramenta para o crédito malparado
O primeiro-ministro recusou alguma vez ter defendido a injecção de dinheiro público na banca, sublinhando que apenas referiu considerar útil que fosse encontrado "um veículo, uma ferramenta, um instrumento" para resolver o problema do crédito malparado.
"Sei que não defendi qualquer injecção de dinheiro público na banca portuguesa, defendi numa entrevista algo diferente, que é assumir que há um problema", afirmou António Costa, durante o debate quinzenal no parlamento, em resposta a uma pergunta da porta-voz do BE, Catarina Martins, sobre o "plano" o Banco de Portugal para "uma nova injecção de dinheiro público na banca absolvendo parte do crédito malparado".
Garantindo desconhecer tal projecto do Banco de Portugal e sublinhando não ser "porta-voz" do governador da instituição, Costa vincou que a ideia que defende não é "de ajudar a salvar bancos", mas "garantir o financiamento à economia portuguesa".
[Notícia actualizada às 16h15]