O dérbi coloca frente a frente duas equipas a atravessar momentos distintos e com níveis de pressão também desiguais. São as conclusões de Jorge Silvério, especialista em psicologia do desporto e comentador Bola Branca, em dia de Sporting-Benfica.
“Neste dérbi encontramos duas equipas em momentos diferentes. Por um lado, o Benfica que começou a época com expetativas muito elevadas, e que neste momento passa por uma fase complicada em termos de resultados e também por ter atletas afetados por Covid-19. Se eventualmente esses atletas jogarem não se sabe como vão estar e como vão reagir”, analisa.
A ausência de Jorge Jesus do banco do Benfica por estar infetado com Covid-19 é um aspeto desportivamente desvalorizado por Jorge Silvério. “O facto de Jorge Jesus não estar presente no banco não me parece que seja um fator determinante porque já se sabe disso e foi tudo preparado em função dessa ausência”, argumenta.
Influência da porta fechada
As bancadas vazias, no novo real do futebol causado pela pandemia, é um aspeto que beneficia o Sporting, no ponto de vista do especialista.
“O Benfica encontra-se a refletir sobre a falta que os adeptos fazem no sentido de apoiar os atletas transmitindo uma motivação extra. Ao contrário do que acontece com o Benfica a falta de adeptos beneficia o Sporting por duas condições. Por um lado, tem lançado jovens jogadores e estes sentem-se mais à vontade porque podem cometer erros sem serem penalizados pelos adeptos. Por outro lado, havia um clima de alguma contestação à direção e à equipa e esta é a segunda razão pela qual, no meu ponto de vista, o Sporting beneficia com a ausência de adeptos”, justifica.
A união do balneário leonino reflete-se em campo e esse dado é relevante para o Sporting no dérbi.
“O grupo está extremamente unido e os resultados ajudam como a recente conquista da Taça da Liga. Contudo, o seu líder, Ruben Amorim tem conseguido criar um clima excecional em termos de coesão de grupo. Basta vermos as declarações de Palhinha que não vai poder jogar, mas deu um sinal indicativo do que se passa no balneário quando referiu sempre juntos contra tudo e contra todos”, assinala Jorge Silvério.
Fatores mentais decisivos no dérbi
Perante a caracterização das duas equipas no momento, Jorge Silvério antecipa fatores que podem ser decisivos para o resultado do dérbi.
“Quando estamos num dérbi é muito difícil predizer o que se vai passar. No entanto, mais uma vez, os fatores mentais são extremamente importantes e podem ser decisivos no desenrolar do resultado. O Sporting a entrar mais à vontade até pela vantagem que já tem na tabela classificativa e o Benfica a entrar muito pressionado para não deixar alargar essa vantagem do Sporting, e com menos margem de manobra”, refere.
O Sporting-Benfica joga-se esta segunda-feira, em Alvalade, com apito inicial de Artur Soares Dias marcado para as 21h30, com relato na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.