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O PAN e o BE avançam com uma proposta para criar uma legislação para proibir as corridas de galgos em Portugal. A petição é discutida esta terça-feira, dia 2 de julho, na reunião plenária no Parlamento.
Os partidos acusam as corridas de maus tratos animais, através do uso excessivo de substâncias ilegais, treinos violentos, abandono de animais e apostas.
Em declarações à Renascença, Nuno Ferreira da Silva, da Federação Nacional de Galgueiros, define as acusações feitas pelos partidos e instituições como sendo “completamente falsas” e “difamatórias”.
Nuno Ferreira da Silva não aceita as acusações e garante que o setor vai reagir. “De ontem para hoje, as atitudes difamatórias foram terríveis. Principalmente aqui na zona norte. Inclusive envolvendo a Cruz Vermelha Portuguesa”, afirma.
A Cruz Vermelha anunciou na segunda-feira que recuou no apoio a corrida de galgos. A decisão, comunicada através do Facebook, nasce depois da pressão sentida nas redes sociais.
A iniciativa “Corrida de Galgos” estaria marcada para o próximo dia 13 de julho, em Vila do Conde.
“As fundamentações usadas pelo PAN, pelo Bloco de Esquerda e pelas instituições são completamente falsas. Não têm provas disso. Nós os galgueiros estamo-nos a sentir profundamente difamados. Não podemos aceitar tudo aquilo que estão a dizer porque nos estão a tratar como autênticos criminosos”, declara o membro da federação.
Segundo Nuno Ferreira da Silva, são “disparates” as afirmações de abuso aos cães e o recurso ao doping, uma vez que a maioria dos galgos é dador de sangue e o banco animal rejeitaria qualquer doação se a situação se verificasse.
O abandono de cães considerados “não aptos” para corridas – quer pela velhice, quer pelo desgaste físico – também não acontece. Os galgos ingleses (raça preferida para este tipo de corridas) são obrigados a ter registos nas juntas de freguesia, chip e são tatuados aos seis meses.
“Portanto, se alguém encontrasse algum galgo abandonado e estivesse numa situação anormal de abandono, esse proprietário seria penalizado, até criminalmente”, garante Nuno Ferreira da Silva.
“Não faz sentido os disparates que se vê ai a argumentar, desde abusos a animais, treinos violentos, treinos com choques elétricos. Confundem suplementos vitamínicos e substancias legais que se dá a qualquer atleta humano para permitir a sua recuperação e para estarem bem fisicamente”, salienta.
E em pistas ilegais, pode acontecer? “É a sensibilidade as pessoas”, responde o membro da federação.
Para o dirigente da Federação Nacional de Galgueiros, o galgo é um animal “atleta” e “gosta de correr”. “Há bocado vi comentários no Facebook a dizer que o animal não quer correr e que é o homem que o obriga a correr. Alguém consegue obrigar um animal a correr?”, questiona o criador.
No cenário hipotético onde a proibição das corridas seja aprovada e oficializada, Nuno Ferreira da Silva avisa que dentro dos próximos 10 anos, a raça poderá deixar de existir. Segundo o criador de galgos, foram as corridas que mantiveram a raça viva no norte do país, após a proibição da caça dos galgos aos coelhos.
Além disso, Nuno Ferreira da Silva garante que têm feitos múltiplos convites às instituições para visitarem pessoalmente as pistas de corrida, de forma a conferirem as condições a que os cães são submetidos.
“Porquê? Porque isso não lhes interessa. Porque se forem lá vão encontrar aquilo que é a realidade, que não é aquilo que eles acusam. Ia deitar por terra essa atividade fundamentalista ou ideológica para acabar com as corridas de galgos”.