Vários navios-tanque, adquiridos por uma empresa chinesa anónima por 366 milhões de euros, estão a receber petróleo de navios russos em águas internacionais, a cerca de 860 milhas náuticas da costa portuguesa.
A informação foi revelada pelo jornal britânico Lloyd’s List, que acompanha o comércio marítimo global, e que dá conta do novo centro de transbordo de alto risco de crude russo no meio do oceano Atlântico, que contorna as sanções impostas à Rússia devido à invasão da Ucrânia.
De acordo com a publicação, os navios foram adquiridos por um investidor desconhecido e estão associados a uma morada num mesmo prédio de escritórios na cidade de Dalian, na China.
Ao todo, tratam-se de cinco navios-tanque Aframax (de dimensão média), sete grandes petroleiros e um navio Suezmax (com a dimensão máxima para passar no canal do Suez). Dos 13, dez foram comprados de maio a julho, entre Hong Kong e a China.
As trocas comerciais em mar aberto, não sendo incomuns, não deixam de ser arriscadas, aumentando o risco de derramamento. O petróleo russo foi o grande alvo do sexto pacote de sanções da União Europeia, com os 27 Estados-membros a quererem acabar com 90% das importações à Rússia até ao final do ano, com exceções para países como a Hungria.