A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) rejeita a proposta do Ministério da Saúde para os médicos em equipas dedicadas nas urgências.
A FNAM diz “não” a “jornadas diárias de 12 horas, sem limite de horas extraordinárias nem valorização salarial”.
“Em resposta, nem uma hora a mais: os médicos deixarão de fazer horas extra depois das 150 horas anuais obrigatórias”, refere a Federação Nacional dos Médicos, em comunicado enviado à Renascença.
A proposta de “ciclos de trabalho no serviço de urgência”, apresentada pelo secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, “prevê que os médicos trabalhem por períodos diários de 12 horas, exclusivamente em serviço de urgência (externa e interna), nas unidades de cuidados intensivos e intermédios, por períodos consecutivos de 90 dias até 9 meses por ano”.
“No total, os médicos trabalhariam 36 horas por semana, concentrando as jornadas de trabalho em três dias, numa verdadeira promoção do cansaço e do burnout”, considera a Fnam, que fala numa proposta “desumana” sem “nenhuma compensação remuneratória”, além de um dia de férias por cada 90 dias de trabalho em equipas dedicadas.
A FNAM adianta, em comunicado, que “apresentou uma contraproposta e aguarda uma resposta do Ministério da Saúde”.
“Caso o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, insista nesta proposta lesiva para médicos e doentes, deixará de contar com trabalho extraordinário além das obrigatórias 150 horas anuais – que parte considerável dos médicos já ultrapassou. Nem uma hora a mais”, adverte a Federação Nacional dos Médicos.