É tempo de “dar espaço a que a justiça funcione por si e não andar de sondagem em punho a dizer que isto devia ser crime ou não”. É a opinião de Jacinto Lucas Pires, que diz sentir algum regozijo por ver que “o Estado de Direito funciona”.
Cinco anos e meio depois do início da investigação, arranca esta segunda-feira a fase de instrução da Operação Marquês, pedida por 19 dos 28 arguidos deste megaprocesso de corrupção, entre os quais José Sócrates e Armando Vara.
“Vamos esperar com atenção e calma”, diz Lucas Pires, admitindo, por outro lado, há alguma “estranheza”, uma “quase dificuldade extrema” em perceber “como é que isto foi possível acontecer”.
Henrique Raposo concorda e sublinha que “este é um momento histórico na história do regime”, uma vez que “temos um Ministério Público”, ou seja, “o advogado do povo, que nos defende perante algo que é, pelo menos, altamente imoral”.
“É tempo da justiça, sem dúvida, mas há sempre um juízo ético e político de todos nós, a Res Publica. E esse está feito: aquela governação foi altamente imoral”, conclui.
Outro tema em análise foi a escolha de Lisboa como a cidade que, em 2022, irá acolher as Jornadas Mundiais da Juventude.
“Vai estar cá muita gente nova, muita gente nova como o Papa Francisco, que tem um espírito novo”, diz Francisco Lucas Pires.
Já Henrique Raposo mostra-se contente também pelo facto de ser “filho da zona” que vai acolher o evento.
“A vinda do Papa e fé é um símbolo de esperança de tudo é possível, tudo renasce. O Trancão era o rio mais poluído da Europa. Hoje, a foz do Trancão com o Tejo é um sítio onde vais poder acolher crianças e jovens”, destaca.
Os dois comentadores brincam ainda com a intenção anunciada de Marcelo Rebelo de Sousa se voltar a candidatar à Presidência da República.