Jair Bolsonaro alegou esta quarta-feira que o seu Governo e o próprio não têm culpa de "absolutamente nada" em relação ao agravamento da pandemia no país, que já matou mais de 603.855 mil brasileiros e infetou outros 21,6 milhões.
"Sabemos que não temos culpa de absolutamente nada. Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento", disse Bolsonaro, numa cerimónia de melhoria na infraestrutura de saneamento no município de Russas, localizado na região nordeste do Brasil.
Bolsonaro, que nega a gravidade da pandemia da Covid-19, fez essas declarações no dia em que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga ações e omissões do Governo brasileira na gestão da crise sanitária, e funciona no Senado brasileiro, acusa Bolsonaro de nove crimes, durante a pandemia.
"Como seria bom se aquela CPI fizesse algo produtivo para o nosso Brasil. Roubaram o tempo do nosso ministro da Saúde, de funcionários, de gente humilde e empresários, mas não produziram nada, só ódio e ressentimento", afirmou Bolsonaro, cujo indiciamento por vários crimes, incluindo propagação de epidemia, é proposto no documento, que está a ser lido no Senado pelo relator, senador Renan Calheiros.
O presidente, que nega a gravidade do novo coronavírus, voltou a defender medicamentos ineficazes contra a Covid-19, como a cloroquina, e a atacar a política "nefasta, injusta e criminosa" de "ficar em casa", referindo-se às mediadas de distanciamento social aplicadas por governadores e prefeitos no Brasil.
Da mesma forma, o dirigente brasileiro criticou a obrigatoriedade da vacina contra a covid-19, que ele próprio já anunciou que não vai tomar porque foi infetado pelo vírus em 2020, e dos certificados de vacinação que vários países estão a pedir e que dezenas de cidades brasileiras já adotaram.
"A liberdade é um bem sagrado maior do que nossa própria vida", sentenciou Bolsonaro.