A economia espanhola registou uma queda histórica de 18,5% no segundo trimestre do ano, face aos primeiros três meses, devido ao confinamento para conter a epidemia causada pelo novo coronavírus, anunciou o instituto nacional de estatística espanhol (INE) nesta sexta-feira.
O recuo do Produto Interno Bruto (PIB) é o resultado de vários fatores, como o colapso do consumo das famílias (21,2%), do investimento empresarial em bens de capital (25,8%) e das exportações (33,5%), num contexto de paralisação da atividade e do encerramento das fronteiras, enquanto as despesas das administrações públicas cresceram 0,4%.
Segundo o INE espanhol, a quebra em termos anuais – ou seja, em comparação com o mesmo período do ano passado – é de 22,1%.
O emprego medido em horas trabalhadas caiu 21,4%, um decréscimo maior do que a destruição de empregos equivalentes a tempo inteiro, que caiu 17,7%.
Os números agora conhecidos vêm ao encontro da estimativa da autoridade fiscal espanhola (AIReF), que na quarta-feira previu um recuo de 20% no PIB.
Muitos estudos indicam, por outro lado, que a recuperação já começou – um processo ainda delicado e que por ser posto em causa pela quarentena imposta pelo Reino Unido a Espanha e por um eventual novo confinamento, devido à expansão de novos surtos.
No fim, o desempenho da economia espanhola – diz o “El Mundo” – dependerá da capacidade do Governo de controlar estes dois fatores.
Quer o Banco de Espanha quer a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) preveem quedas de 14% e 15% no PIB espanhol neste ano, em cenários ressurgimento significativo da infeção e reintrodução de medidas de distanciamento social.