Salah Abdeslam, o único sobrevivente do comando jihadista que perpetrou os atentados de Paris, em Novembro de 2015, foi esta quarta-feira acusado por um juiz francês de homicídio e de associação com um grupo terrorista. O ex-advogado que o representou na Bélgica teceu fortes críticas ao terrorista.
Francês de origem marroquina, nascido em Bruxelas, há 26 anos, Salah Abdeslam foi entregue às autoridades francesas pelas autoridades da Bélgica. De acordo com actual advogado Franck Berton, o suspeito foi também acusado de posse de armas e de explosivos.
Abdeslam foi colocado em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Fleury-Mérogis, perto de Paris, e será interrogado pelas autoridades francesas no próximo dia 20 de Maio.
O advogado que representou Abdeslam na Bélgica diz que o jihadista tem“a inteligência de um cinzeiro vazio”. Em declarações ao jornal francês “Liberation”, o advogado Sven Mary afirma que o seu ex-cliente “vem da pequena criminalidade” do bairro de Molenbeek, nos arredores de Bruxelas, sendo um exemplo da “geração GTA”, um jogo de vídeo em que a violência, o crime e a morte são temas centrais.
Sven Mary critica o ex-cliente em relação às suas crenças religiosas, revelando que lhe perguntou se tinha lido o Corão, tendo Abdeslam respondido ter visto “a interpretação na internet” do livro sagrado do Islão.
Os investigadores ligados ao processo revelaram que Abdeslam admitiu ter comandado a logística dos atentados de 13 de Novembro e que planeava fazer-se explodir num estádio em Paris, tendo desistido de o fazer à última hora. O detido é ainda suspeito de ter alugado dois carros para transportar os atacantes para a capital francesa para os atentados.
A 13 de Novembro, em paris, nove militantes jihadistas dividiram-se em três grupos e atacaram um estádio de futebol, vários cafés e uma sala de concertos. O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou os atentados, que causaram 130 mortos, 90 das quais na sala de espectáculos Bataclan, e mais de 350 feridos.
[notícia actualizada às 8h00]