O bispo do Algarve presidiu esta sexta-feira a uma eucaristia que teve também como intenção rezar pelos bombeiros, tendo em conta a época de incêndios. “Rezar não é uma demissão daquilo que é responsabilidade de cada um. É um compromisso assumido de maneira mais consciente e mais plena e, sobretudo, a compreensão de que não estamos sozinhos à luz da fé e da força que nos vem de Deus”, afirmou durante a celebração que teve lugar na igreja de Santa Maria de Tavira, a pedido dos Bombeiros Municipais de Tavira.
D. Manuel Quintas quis alargar a oração “não apenas às corporações presentes, mas a toda a região do Algarve”, e a todo o país. “Queremos também ter presente todos aqueles que faleceram no exercício do serviço de bombeiros, sem esquecer todos os que foram vítimas nos últimos incêndios. Foi uma nefasta tragédia que não queremos e que estamos a fazer tudo para que não se repita por aquilo que depende humanamente de nós”, afirmou.
Em declarações à Renascença o Bispo Algarve considerou que esta foi uma oportunidade para mostrar que a igreja está do lado dos bombeiros. “Deu-nos a possibilidade de, rezando com eles, e por eles, mostrarmos que estamos ao seu lado, como Igreja, como diocese. Eu penso que é importante para os bombeiros sentirem esta proximidade e este afeto quando se inicia um período de risco, mais propício pelas condições climatéricas, para os incêndios”, destacou, lembrando que a Igreja do Algarve tem estado junto das corporações. “Como Diocese estamos ao lado dos bombeiros. Respondemos de tantas maneiras e de tanto os modos, através das comunidades paroquiais, movimentos e de tantas iniciativas a que somos chamados para os apoiar, sobretudo com géneros”.
À Renascença o comandante dos Bombeiros Municipais de Tavira, Miguel Silva, agradeceu a iniciativa. "O senhor bispo do Algarve deu-nos aqui um apoio fundamental. Acho que é muito importante, tudo o que foi feito aqui hoje, e da forma como foi feito, e agradeço em meu nome, e de todos os bombeiros, todas as palavras de D. Manuel Quintas”, afirmou, sublinhando que gostou muito da celebração. “Foi muito bonita, emotiva”.
A organização da celebração esteve a cargo do padre Fernando Rafael Rocha, vigário das paróquias de Tavira, e que conhece bem a realidade dos homens da paz, porque foi bombeiro durante seis anos antes de ir para o Seminário. O sacerdote garante que essa vivência foi determinante na sensibilidade que tem pela missão levada a cabo por aqueles operacionais. “Há um espírito que, quando se cresce num quartel de bombeiros, nunca nos deixa, e de facto, eu tenho a plena consciência na minha vida do que é que é estar na frente de um fogo”.
Para este responsável a iniciativa pode vir a replicar-se noutros locais do Algarve. “Este foi o primeiro passo para que se possa começar a realizar não só em Tavira. Podemos voltar todos os anos a ter estas iniciativas para mostrar que a Igreja também é solidária com estes homens e que os tem em grande conta”, afirmou.