É uma resposta direta às críticas feitas pelos partidos da oposição sobre o acordo para as interconexões ibéricas de gás e hidrogénio verde, firmado entre Portugal, Espanha e França. António Costa diz estar “absolutamente perplexo” com as declarações feitas pelo PSD.
Depois de celebrado o acordo na semana passada, os social-democratas atiraram-se à escolha do Executivo, por considerar que “prejudica” Portugal e que ficou a perder em relação aos outros dois países.
Apesar de garantir que vai dar “todas as explicações” que o PSD quiser, o Primeiro-ministro lança farpas à forma como o PSD reagiu ao acordo, pela voz de Paulo Rangel.
“Infelizmente o Dr.Paulo Rangel já nos habituou a ser uma pessoa que não olha a meios para dizer não importa o quê, para atacar o adversário”, dispara Costa, e prossegue: “Ele não sabe nada sobre energia, ele ignora totalmente o que tenha a ver com este acordo. Ao longo dos anos, se for rever o que ele já disse sobre tudo e mais alguma coisa, verificará que a taxa de reprovação do Dr. Paulo Rangel é muito elevada”, sentencia o líder do executivo.
Para sustentar, o chefe de Governo diz que o consenso agora conseguido “é melhor para nós” do que era a solução anterior, em declarações feitas à margem de uma conferência sobre competências digitais, no ISCTE, em Lisboa.
"Esta infraestrutura deixa de ser meramente para transportar o gás que é descarregado (...) e injetado na rede para ser exportado, para passar também a servir a produção nacional. Portanto é melhor para nós do que era a solução anterior", considera Costa.
O primeiro-ministro congratula-se pelo fumo branco e justifica o acordo como uma forma de "diversificar as suas fontes de abastecimento" de energia, no contexto da Guerra provocada pela Rússia ao invadir a Ucrânia.
Para o primeiro-ministro, esta foi a melhor forma de chegar a acordo e admite que foi preciso "reinventar o pipeline". Além do gás natural- que Costa classifica "de transição"- o líder do Governo volta a sublinhar que este gasoduto permite o transporte de hidrogénio verde, e que nessa vertente da produção energética "Portugal tem melhores condições" do que Espanha, porque "começou a investir mais cedo" nestes setores renováveis.
Por estas razões, António Costa resumiu a sua perceção das criticas da oposição: "Com toda a franqueza, eu tenho muitas dificuldades em compreender estas reticências".