Guerra na Ucrânia. Marcelo admite colaboração de Portugal na investigação ao massacre de Bucha
23-08-2023 - 08:55
 • José Pedro Frazão , enviado à Ucrânia

O Presidente da República não escondeu uma reação de choque ao visitar Bucha, neste primeiro dia de visita à Ucrânia.

Portugal pode vir a colaborar na investigação ao alegado massacre de Bucha. A ideia foi deixada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esta quarta-feira, após uma visita àquela cidade ucraniana.

Num dos pontos mais marcantes deste início de visita à Ucrânia, o Presidente da República não escondeu uma reacção de choque ao visitar a cidade e admitiu o envolvimento de Portugal nas investigações.

O Presidente da República chegou a Kiev esta quarta -feira para uma visita de dois dias à Ucrânia. Marcelo Rebelo de Sousa desembarcou na estação de comboios da capital ucraniana, vindo da Polónia, pelas 7h30 locais (5h30 na hora portuguesa).

À chegada, o Chefe de Estado sublinhou que entre os múltiplos motivos da visita está a expressão da solidariedade à Ucrânia nos domínios político, diplomático, humanitária e militar.

"Em primeiro lugar, dar continuidade à presença portuguesa esteve aqui. O primeiro-ministro esteve aqui, tal como o Presidente da Assembleia da República e, várias vezes, o ministro dos Negócios Estrangeiros. Agora vem o Presidente da República e portanto é Portugal a mostrar a sua solidariedade", sublinhou aos jornalistas na estação de Kiev, reforçando que "a vida da Ucrânia é fundamental na vida de Portugal"

Marcelo Rebelo de Sousa vai participar nas comemorações do Dia da Independência Nacional, que se assinala quinta-feira. O Presidente da República adianta que esta é uma cerimónia muito especial este ano "numa altura em que há uma verdadeira adesão da comunidade Internacional e em que há uma contra ofensiva ucraniana para recuperar aquilo que é a integridade do seu território e a afirmação da sua soberania".

Portugal faz-se ainda representar pelo seu Presidente na Cimeira da Plataforma da Crimeia, organizada pelas autoridades de Kiev, para reafirmar a posição de Portugal.

"Nós nunca admitimos que a Crimeia deixasse de ser tarde do território da Ucrânia. É uma posição da política externa portuguesa e, portanto, isso que fica claro, uma vez mais. Haverá muitos que participarão por via digital [na cimeira] e entendeu-se que Portugal devia participar por via presencial", explicou, esta manhã.

O Presidente da República viajou acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e incluiu ainda na sua comitiva João Soares, José Pacheco Pereira e Luís Delgado.