O homem que na semana passada matou uma pessoa e feriu outras quatro num ataque em duas igrejas no sul de Espanha foi colocado, esta segunda-feira, em prisão preventiva por ser suspeito de terrorismo.
O juiz da Audiência Nacional de Espanha, que ouviu o atacante, considerou que o homem cometeu os crimes de homicídio e lesões com fins terroristas e sujeitou-o à medida de coação sem fiança.
O terrorismo é sancionado em Espanha com uma pena de prisão perpétua que pode ser revista.
O juiz, segundo um comunicado da Audiência Nacional espanhola, considerou que o homem fez um ataque, em Algeciras, na quarta-feira da semana passada, que pode ser considerado jihadista, tanto contra sacerdotes católicos como contra muçulmanos que o detido considera não seguirem os mandamentos do Corão (o livro sagrado da islão).
Segundo o magistrado, os indícios recolhidos pela investigação policial até agora sugerem que o homem detido, que não tinha antecedentes penais, passou por um processo de radicalização religiosa que culminou nos ataques da semana passada.
As autoridades espanholas disseram no dia seguinte ao ataque que homem atuou sozinho e não há suspeitas de outros envolvidos.
O Ministério da Administração Interna revelou que o atacante, de 25 anos, tem nacionalidade marroquina e tinha desde meados do ano passado um processo de expulsão de Espanha, por estar a viver no país em situação irregular.
O processo, segundo as autoridades espanholas, era de caráter administrativo, estava a seguir o percurso habitual nestes casos e não implicava a execução imediata da expulsão de Espanha, onde o detido vive desde 2019.
O homem “não tinha antecedentes penais ou em matéria de terrorismo em Espanha ou em países aliados”, segundo a mesma informação do governo espanhol.
Uma pessoa morreu e outras quatro ficaram feridas na quarta-feira da semana passada num ataque em igrejas em Algeciras, depois de agredidas com uma arma branca por um homem que foi detido no mesmo dia, quando percorria ruas da cidade.
O homem dirigiu-se a pelo menos duas igrejas no centro de Algeciras e, com gritos de “Alá”, atacou várias pessoas com uma arma semelhante a uma catana, tendo uma delas, um sacristão, morrido, segundo autoridades espanholas e relatos divulgados pelos meios de comunicação social.
Outra das pessoas atacadas, um padre, ficou ferida com gravidade.