O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defende as "medidas positivas" do Orçamento do Estado, apesar das suas "contradições e limitações", insistindo, por outro lado, na renegociação da dívida e nacionalização do Novo Banco.
Num comício de comemoração do 95.º aniversário do PCP, na Aula Magna, em Lisboa, Jerónimo de Sousa fez a defesa de uma política "que inscreva a inadiável renegociação da dívida como condição de desenvolvimento, que recupere a soberania económica, orçamental e monetária".
"É possível e é viável encetar outro caminho mobilizando recursos que a renegociação da dívida permite libertar, com uma política fiscal que propomos, por via da devida tributação sobre os dividendos, a especulação financeira, o património mobiliário, com a recuperação, pelo controlo público, de sectores essenciais ao desenvolvimento do país, como é caso da banca", afirmou o líder comunista.
Jerónimo de Sousa referiu-se às propostas comunistas "para resolver o problema da dívida", que apresentarão em breve no parlamento, "mas também para atacar a gangrena que se alarga no sistema financeiro, que tem arruinado as finanças públicas e sem resolver nenhum dos seus problemas, nem do desenvolvimento do país".