As chuvas fortes que assolaram vários estados do sudeste do Brasil, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, já causaram pelo menos 20 mortos, de acordo com um último balanço oficial, segundo a agência France-Presse (AFP).
No total, no estado do Rio de Janeiro foram registadas oito mortes desde o início do mau tempo, na noite de sexta-feira para sábado, nas cidades de Petrópolis, Teresópolis, Santa Cruz da Serra e Arraial do Cabo, segundo o Governo.
No estado vizinho do Espírito Santo, um novo número anunciado no domingo refere 12 mortes.
A tempestade deixou vários milhares de pessoas desalojadas, disse o Presidente brasileiro, Lula da Silva, numa mensagem publicada durante a noite de sábado para domingo na plataforma X.
Estas tragédias "estão a intensificar-se com as alterações climáticas", lembrou o presidente do Brasil, um país assolado por repetidos desastres naturais.
Cerca de 241 pessoas morreram na cidade turística de Petrópolis em 2022, após fortes chuvas.
Lula também expressou a sua solidariedade aos familiares das vítimas e garantiu que o Governo está a trabalhar com as autoridades locais para "proteger, prevenir e reparar" os danos das cheias.
Já o governador do estado do Espírito Santo, Renato Casagrande, descreveu uma "situação caótica" na cidade de Mimoso do Sul, onde não foi possível apurar o número de possíveis vítimas do mau tempo.
Imagens aéreas tiradas no sábado e divulgadas pelos bombeiros mostram bairros inteiros da cidade submersos, de onde emergem apenas os telhados das casas. Noutras fotos, publicadas por meios locais, vários veículos, incluindo um camião dos bombeiros, são arrastados pela corrente.
Rios de água e lama também inundaram as ruas íngremes de Petrópolis, onde a situação foi descrita como "crítica" na sexta-feira pelo governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que declarou o estado de emergência.
Cerca de 90 pessoas foram resgatadas desde sexta-feira e as escolas públicas foram convertidas em abrigos, de acordo com um comité de emergência criado pelo Governo e pelas forças de socorro.
Fortes rajadas de vento e chuvas intensas também atingiram o litoral perto de São Paulo, onde duas crianças ficaram feridas e hospitalizadas na sexta-feira.
A tempestade deveu-se à chegada de uma frente fria que causou estragos a meio da semana no estado do Rio Grande do Sul (sul), depois afetou São Paulo e Rio, antes de chegar ao Espírito Santo, explicaram os meteorologistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
As previsões do Inmet previam uma tempestade "severa", principalmente no Rio, com precipitação de 200 mm de chuva por dia entre sexta e domingo.
A tempestade surge após uma onda de calor na região, onde foi registada no domingo uma sensação térmica de 62,3ºC no Rio de Janeiro.