O vice-presidente do CDS-PP Pedro Mota Soares defende que os resultados eleitorais obrigam "todos os partidos" a terem uma atitude de abertura, sublinhando que isso não depende das pessoas, mas da "cultura dos partidos".
"Do resultado da noite eleitoral há algo que parece muito óbvio, os portugueses querem que a coligação Portugal à Frente, entre o PSD e o CDS, continue a governar. A vitória eleitoral é clara, é expressiva, mas é uma vitória eleitoral sem uma maioria absoluta, isso vai obrigar não só o CDS, não só o PSD, mas todos os partidos a terem, de facto, essa cultura de responsabilidade, a terem essa atitude de abertura", afirmou Mota Soares.
Questionado sobre se a procura de compromissos com a oposição depende da continuidade ou não de António Costa na liderança do PS, Mota Soares concluiu: "Para nós o que é essencial nessas matérias é a cultura dos partidos, não são as pessoas, mas, como é óbvio, não nos imiscuímos na vida interna de qualquer partido político".
Luís Pedro Mota Soares falava aos jornalistas na sede nacional do CDS-PP, em Lisboa, comunicando a aprovação pela Comissão Política centrista do acordo de governo com o PSD, seguida da reunião do Conselho Nacional, o órgão máximo entre congressos, que começou cerca das 21h30.
"Assim como foi possível, pela primeira vez, garantir que um governo de coligação cumpria uma legislatura, entendemos que é possível nos próximos quatro anos ter um governo com uma maioria relativa mas que tenha estabilidade", afirmou o dirigente do CDS.
Para Mota Soares, o acordo com o PSD confirma a vontade proposta pela coligação ao eleitorado, "que o PSD e o CDS gerassem uma solução de governo".
"A nossa leitura é que o povo português quis que a coligação Portugal à Frente governasse, mas que governasse numa cultura de compromisso, numa atitude de abertura e com sentido de responsabilidade", declarou.
O dirigente centrista deu três exemplos de compromissos alcançados no executivo anterior, de maioria absoluta: a reforma do IRC, a reforma laboral e o acordo para o aumento do salário mínimo nacional.
"Estes três casos confirmam o sentido de compromisso que sempre tivemos. Depois desta eleição, sentimos que a lógica do compromisso, o apelo ao compromisso existe para todos os agentes que estão no parlamento", disse.
Sobre as eleições presidenciais, Mota Soares repetiu o que consta do acordo, que "os dois partidos terão uma posição em comum".
"Na eleição presidencial não há candidatos dos partidos, ninguém representa partidos, há candidaturas próprias, depende de uma atitude pessoal, de uma convicção pessoal. O que os partidos dizem é que procurarão um diálogo para uma posição comum nessa eleição presidencial", declarou.