Francisco apela (mais uma vez) ao fim da guerra na Ucrânia
06-01-2023 - 12:08
 • Olímpia Mairos

Na Oração do Angelus, o Papa saudou os cristãos das Igrejas Orientais, que se preparam para celebrar o Natal, e pediu que este acontecimento inspire passos concretos que conduzam à paz.

O Papa Francisco apelou esta sexta-feira, no final da Oração do Angelus, ao fim da guerra na Ucrânia.

Numa saudação aos cristãos das Igrejas Orientais, que se preparam para celebrar o Natal, segundo o calendário juliano, Francisco fez fotos que “o nascimento do Salvador infunda conforto, esperança, e inspire passos concretos que possam, finalmente, levar ao fim dos combates e à paz”.

“De todo o coração, dirijo os meus votos às comunidades das igrejas orientais, católicas e ortodoxas, que amanhã celebram o Natal do Senhor. De modo particular, gostaria de os fazer chegar aos irmãos e irmãs do martirizado povo ucraniano”, disse Francisco, pedindo, uma vez mais, que “rezemos muito pela Ucrânia”.

Solicitado pelo patriarca da igreja ortodoxa russa, Kirill, o cessar-fogo unilateral, decretado por Vladimir Putin e rejeitado pela Ucrânia, entrou em vigor às 12h00 locais 9h00 em Lisboa.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já considerou positivo o cessar-fogo na Ucrânia, anunciado pelo Presidente russo para o Natal ortodoxo, mas admite faltarem por agora condições para uma desejável solução duradoura para o conflito.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou Putin de “usar o Natal como disfarce” para impedir o avanço das forças ucranianas no Donbass aproveitando para aproximar equipamentos e munições das suas posições.

“Querem usar o Natal como disfarce para deter, pelo menos brevemente, o avanço dos nossos homens em Donbass e trazer equipamentos, munições e militares para mais perto das nossas posições”, afirmou.

A ofensiva militar russa foi lançada a 24 de fevereiro do ano passado para, segundo Vladimir Putin, “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.

A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.