A comissão criada para resolver a crise nas urgências de obstetrícia vai apresentar o seu plano para os próximos meses na quarta-feira.
Ao que a Renascença apurou, esta segunda-feira a comissão, presidida pelo médico Diogo Ayres de Campos, volta a reunir-se com a ministra da Saúde e com as administrações regionais de saúde. Um encontro para avaliar o estado das contingências neste mês de junho, em que muitas urgências estiveram fechadas por falta de médicos.
Em entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público, na semana passada, o médico e diretor do serviço de obstetrícia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa adiantava que o plano para limitar os efeitos que vimos agravados ao longo destas semanas passava por avaliar “a situação de uma forma muito objetiva” e “planear com alguma distância”.
“Queremos planear pelo menos a um mês, para ser possível avisar algumas pessoas no caso de ser necessário trocar contingências de um dia para o outro, para assegurar que elas não ocorrem todas ao mesmo tempo. Eventualmente se existirem situações que são impossíveis de lidar trocando contingências, pode haver necessidade de concentrar recursos numa maternidade e passar a equipa da maternidade que fica temporariamente encerrada para outra”, explicou.
O Governo já avançou com a constituição de uma Comissão de
Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de
Partos. São seis pessoas, que integram também o grupo técnico para a elaboração
de proposta de criação da Rede de Referenciação Hospitalar em saúde materna e
infantil.
Entretanto, os pedidos de escusa de responsabilidade não param de subir no Serviço Nacional de Saúde.
São cada vez mais os enfermeiros, médicos e agora, pela primeira vez, também os farmacêuticos hospitalares apresentaram declarações que alertam para a falta de profissionais e outras condições que permitam garantir a segurança dos cuidados de saúde.
Este ano, a Ordem dos Enfermeiros já recebeu mais cinco mil pedidos de escusa de responsabilidade, mais de três mil chegaram do Centro Hospitalar de Leiria.