A Portway afirma que a greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac), que começa esta sexta-feira e se prolonga até domingo, está a ter uma adesão inferior a 10%.
Em comunicado, a empresa alerta ainda para a possibilidade de constrangimentos nos aeroportos nacionais: "Sendo uma greve setorial, da assistência em terra às companhias aéreas, está a provocar cancelamentos de voos nas operações assistidas pela Portway nos aeroportos de Lisboa e Porto. Nos aeroportos de Faro e Funchal não são esperados constrangimentos."
Tendo em conta o impacto que a greve pode ter nas operações aeroportuárias, a empresa partilhou ainda a lista de cancelamentos, atualizada em tempo real, e as companhias aéreas afetadas por esta greve, informação que está em atualização permanente.
Com a possibilidade de constrangimentos nos aeroportos nacionais devido à greve, a empresa diz lamentar "os incómodos que esta situação venha a causar aos passageiros", reiterando que "considera esta greve um ato irresponsável, pois os motivos para a convocar não correspondem à realidade , compromete a recuperação do sector e da economia nacional num período de intensa atividade da aviação e do turismo e afeta seguramente a capacidade de a empresa traduzir a tão esperada recuperação financeira em melhores condições para os trabalhadores".
A Portway apelou ainda ao sentido de responsabilidade do SINTAC para que sejam respeitados os serviços mínimos decretados pelo Governo.
No comunicado refere que "cumpre com toda a legislação e regulamentação aplicáveis, incluindo os Acordos de Empresa em vigor e os direitos laborais dos seus trabalhadores, que incluem o direito à greve e o
direito a trabalhar em plena liberdade e consciência" e reitera que
"não
contratou serviços externos para fazer face à greve"
, acrescentando que
"quem o pode fazer, legitimamente, são as companhias aéreas e
aeroportos" e que a "ANAC e a ACT estão no terreno para verificar a
legitimidade de todas as situações".
Sindicato pede porta "aberta ao diálogo"
Contrariamente à informação avançada pela empresa, segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), a greve de trabalhadores da Portway está a ter uma adesão que vai dos 40% em Faro aos cerca de 90% em Lisboa.
"Estamos com adesão de cerca de 90% em Lisboa, 85% no Porto, Funchal entre 60 a 70% e em Faro 40 a 50% de adesão", disse aos jornalistas o dirigente do SINTAC para a Portway, Pedro Figueiredo, em declarações junto às instalações do aeroporto de Lisboa.
Para o responsável sindical, a greve "demonstra bem o descontentamento" dos trabalhadores, que esperam que, com esta ação, a empresa se mostre "aberta ao diálogo".
O sindicato reivindica o cancelamento das avaliações ao trabalhadores, que diz terem sido feitas "de forma arbitrária", para que os trabalhadores possam progredir na carreira, e, por outro lado, que cumpra o pagamento de feriados a 100%, o que, diz, não está a acontecer desde novembro de 2019.
Pedro Figueiredo denunciou ainda que a Portway, empresa de assistência em terra em aeroportos do grupo Vinci, tem cerca de 1.200 trabalhadores efetivos e o mesmo número em trabalhadores contratados a empresas de trabalho temporário, com alguns deles a ocupar cargos de chefia.
Os trabalhadores da Portway deram hoje início a uma greve de três dias nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, convocada pelo SINTAC, que levou ao cancelamento de mais de oito dezenas de ligações.