Ministério confirma que major Brazão subarrendava apartamento das Forças Armadas
10-10-2018 - 09:00
 • Renascença

Vasco Brazão foi porta-voz da Polícia Judiciária Militar e é um dos arguidos no caso de Tancos.

O Ministério da Defesa confirma à Renascença que o major Vasco Brazão subarrendava de forma ilegal um apartamento das Forças Armadas.

A confirmação chega depois de denúncias feitas ao Instituto de Ação Social (IASFA) sobre casas em Lisboa a serem usadas indevidamente como alojamento turístico.

No caso do antigo porta-voz da Polícia Judiciária Militar, trata-se de um apartamento das Forças Armadas situado em Lisboa, que Vasco Brazão arrendou em nome do filho, mas que acabou por subalugar para proveito próprio.

A investigação foi conduzida pelo Instituto de IASFA e a denúncia que esteve na sua origem dava conta que um apartamento arrendado a Vasco de Almeida Brazão, filho do ex-porta-voz, estava a ser utilizado para alojamento local, violando o que estava no respetivo contrato, que indicava habitação própria.

O relatório do IASFA, pedido pelo Ministério da Defesa e a que a Renascença teve acesso, revela que os técnicos visitaram o prédio na Ajuda onde inqueriram outros arrendatários e a porteira, concluindo que o apartamento estava a ser arrendado a turistas.

Os mesmos técnicos comprovaram ainda que o espaço estava registado no Airbnb, uma plataforma digital de arrendamento temporário.

Na sequência destas diligencias, o contrato de aluguer foi denunciado no dia 1 de outubro. O IASFA está agora a estudar todo o processo para diligenciar eventuais indemnizações.

Um major, duas polémicas

Vasco Brazão é também arguido no caso de Tancos. O ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar foi detido em 25 de setembro e acabou por ficar sujeito à medida de coação de permanência na residência sem vigilância eletrónica.

Na semana passada, terá dito ao juiz de instrução criminal que o ministro da Defesa sabia da encenação montada na Chamusca para a recuperação do material furtado. A notícia é avançada na quinta-feira, dia 4 de outubro, pelo “Expresso” online e, no mesmo dia, o ministro Azeredo Lopes vem a público negar “categoricamente qualquer conhecimento de ações de encobrimento" em Tancos.

O major Vasco Brazão pediu, por isso, na segunda-feira (dia 8), para ser ouvido novamente.

Na terça-feira, surge a polémica do subarrendamento de apartamentos das Forças Armadas a turistas e Vasco Brazão é um dos implicados. O ministro da Defesa já pediu esclarecimentos.