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O autor do ataque terrorista desta sexta-feira contra duas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia, que provocou pelo menos 49 mortos e mais de 40 feridos, esteve em Portugal durante uma viagem pela Europa em 2017.
A informação consta do manifesto de 74 páginas que o australiano Brenton Tarrant divulgou na internet, intitulado “A grande mudança: Rumo a uma nova sociedade” e onde explica que a ideia destes ataques começou a formar-se há dois anos, após dois eventos que mudaram "radicalmente" o seu ponto de vista e que coincidiram com uma viagem que o levou a Portugal, Espanha, França e outros países.
"O primeiro evento que provocou a mudança na minha cabeça foi o ataque em Estocolmo, no dia 7 de abril de 2017. Foi mais um ataque terrorista numa série de tantos outros que nunca mais acabam", começa por explicar, antes de se professar admirador do terrorista Anders Behring Breivik, responsável por outro ataque, em julho de 2011, na Noruega, que provocou 77 mortos e 51 feridos.
No texto, Tarrant diz que se encontrou com Breivik e recebeu dele aval para atacar mesquitas na Nova Zelândia.
A par dessa viagem pela Europa referida no manifesto, o suspeito esteve recentemente na Bulgária, mais precisamente em novembro do ano passado. Por esse motivo, o primeiro-ministro, Boyko Borissov, instruiu as autoridades competentes a apurarem mais informações sobre a visita do terrorista australiano ao país.
De acordo com a procuradoria-geral búlgara, de Sófia Tarrant partiu para Bucareste. Há ainda registos de uma viagem que fez aos Balcãs em dezembro de 2016, viajando de autocarro pela Sérvia, Croácia, Montenegro e Bósnia.
À imprensa, o procurador búlgaro disse que está em contactocom as autoridades da Nova Zelândia, dos EUA, da Austrália, Emirados Árabes Unidos e Sérvia e Montenegro por causa das viagens do terrorista.
Depois do ataque, a polícia neozelandesa deteve quatro suspeitos, três homens e uma mulher, incluindo Tarrant.
Uma das armas usadas pelo atirador para matar muçulmanos continha inscrições de palavras em latim e cirílico e nomes de batalhas bem conhecidas contra o Império Otomano, incluindo duas relacionadas com a Bulgária. Uma delas, a chamada Batalha de Nicópolis, deu-se em 1396 com o objetivo de libertar a Bulgária do jugo otomano, que não se concretizou.