Carlos Moedas “quer mostrar que é uma pessoa competente, porque faz coisas e, portanto, abre portas para outros lugares que lhe são acessíveis”. É o comentário de João Duque à entrevista de Carlos Moedas à Renascença, em que o atual presidente da Câmara de Lisboa não diz se quer recandidatar-se ao cargo nas próximas eleições autárquicas.
“Isto faz parte de uma estratégia de promoção pessoal, no sentido de aspirar a um futuro político”, diz João Duque, acrescentando que “pode passar por mais um mandato na Câmara ou outra posição qualquer”.
“Se ele dissesse ‘eu vou recandidatar-me em 2026’, essa era a notícia do dia e tirava o foco daquilo que ele quer mostrar – que, ao fim de dois anos, já fez muitas coisas”, explica o comentador.
“O que ele quer fazer é transformar em notícia a obra que está a fazer, e já acabou nalguns casos, e que está em processo noutros, e que não vai concluir dentro do mandato, noutros”, sublinha.
Questionado sobre se, com isto, Carlos Moedas não está a dar uma imagem de algum desprendimento, ou seja, de não assumir verdadeiramente um compromisso com quem o elegeu, com os municípes de Lisboa, o economista aponta uma outra visão.
Carlos Moedas “quer mostrar que, por oposição àquilo que o Governo de António Costa tem como imagem associada, que é um governo ou são governos de não fazer, ele quer mostrar que ao fim de dois anos já fez coisas, tendo um orçamento mais pequeno numa área de influência menor”, aponta.