O Ministério Público pediu, esta quarta-feira, que Mamadou Ba seja condenado por difamação. Em causa, está uma publicação na rede social Facebook, em 2020, quando o ativista acusou o militante neonazi Mário Machado de ser "uma das figuras principais do assassinato" de Alcindo Monteiro.
A procuradora Teresa Silveira Santos justificou o pedido de condenação para o ativista e dirigente do SOS Racismo.
"Sabemos que o arguido é uma pessoa letrada. O arguido pondera, estrutura e esta não é um publicação numa rede social que é escrita no calor do momento. Os factos resumem-se a uma frase que foi publicada no Facebook”, afirmou.
A procuradora afirma que "quando Mamadou Ba escreve a frase, sabe que é uma meia-verdade. A interpretação desta frase tem de ser feita num pressuposto estritamente jurídico".
"Vamos dizer que um condenado não tem direito à honra? As pessoas que estão presas não têm direito à honra?", questiona a procuradora.
A 27 outubro do ano passado, foi tornado público que o ativista antirracismo Mamadou Ba ia a julgamento por difamação do ex-dirigente do movimento "Hammerskins Portugal" Mário Machado, após decisão do juiz de instrução criminal Carlos Alexandre.
Entre as testemunhas arroladas pela defesa estão, além da ex-ministra Francisca Van Dunem, a diplomata e socialista Ana Gomes, o ex-líder do BE Francisco Louçã, o sociólogo Boaventura Sousa Santos, o deputado e líder do Livre Rui Tavares, o ex-deputado Miguel Vale de Almeida e os jornalistas Diana Andringa, Daniel Oliveira e Paulo Pena, entre outros.