Há novas suspeitas na Defesa. O ministro João Cravinho terá avançado com a manutenção dos helicópteros, sem a cobertura do Tribunal de Contas, nem contrato para o fazer.
Segundo avança o jornal Expresso, esta sexta-feira, a manutenção dos helicópteros de busca e salvamento foi realizada sem novo contrato com o fabricante e sem visto do Tribunal de Contas.
Foi para a negociação deste contrato que Marco Capitão Ferreira, secretario de Estado da Defesa, que se demitiu a semana passada, fez a assessoria de 61 mil euros, que lhe valeu ser arguido por corrupção.
Quando em janeiro de 2019, a empresa italo-britânica Leonardo, que subcontratava a OGMA para providenciar os serviços de manutenção, informou a Força Aérea de que o contrato tinha acabado, o ministro João Gomes Cravinho fez um despacho a autorizar despesa até 3,25 milhões de euros, estendendo a vigência do contrato por mais três meses, até 31 de março, e aprovou a constituição de uma equipa para renegociar o contrato.
Segundo o Expresso, aparentemente o Ministério da Defesa não podia efetuar qualquer despesa no âmbito de contratos deste valor para a manutenção dos EH-101 sem ter o visto do Tribunal de Contas.
A ministra da Defesa anunciou esta semana que pediu ao Tribunal de Contas uma auditoria à idD Portugal Defence, a holding das indústrias de Defesa, empresa que foi liderada por Marco Capitão Ferreira entre 2020 e 2022, antes de ir para o Governo.
A auditoria poderá estender-se às empresas desse universo, de que faz parte a OGMA (onde o Estado tem 35%) e cujas contas a empresa não publicita.