Os tunisinos vão às urnas este domingo para escolher um novo Presidente, numa eleição que é de resultado incerto.
No total há 26 candidatos ao cargo, que tem o controlo direto das políticas de defesa e dos negócios estrangeiros, com a restante governação a caber ao primeiro-ministro.
Embora não haja um claro candidato a vencer o escrutínio, as atenções estão focadas em Abdelfattah Mourou, o candidato do partido islamita Ennahda. Depois da experiência do Egito, em que o Presidente islamita Mohamed Morsi acabou por ser deposto num golpe militar, o Ennahda optou por esperar pela maturação do sistema democrático na Tunísia antes de propor o seu próprio candidato.
Uma eventual vitória de Mourou seria um marco muito importante para o percurso do Ennahda na Tunísia, que é o único país da Primavera Árabe que conseguiu manter-se democrático, mas onde dificuldades financeiras estão a levar a algum desânimo popular.
Outro candidato que está a centrar as atenções é Nabil Karoui, um empresário das comunicações que foi detido por suspeita de lavagem de dinheiro e fuga ao fisco. Karoui candidata-se da prisão e os seus apoiantes, que negam as acusações, dizem que tudo não passa de uma forma de o tentar silenciar.
Entre os restantes candidatos inclui-se ainda o atual primeiro-ministro Youssef Chahed e dois ex-primeiros-ministros, bem como um antigo ministro da Defesa.
O vencedor tem de conseguir obter pelo menos 50% dos votos, caso contrário os dois candidatos com mais votos avançam para uma segunda volta.
A eleição presidencial estava marcada para Novembro, mas teve de ser antecipada por causa da morte do anterior Presidente, Beji Caïd Essebsi, em julho, uma vez que a Constituição obriga a que a eleição decorra no espaço de 90 dias depois do falecimento de um Chefe de Estado.
No dia 6 de outubro, o mesmo que em Portugal, decorrem eleições legislativas.